O processo de paz na Colômbia parece ser uma daquelas coisas grandes demais para dar errado. Não porque a situação do país seja dramática. Pelo contrário: o editor de Esportes do Diário Gaúcho, Leonardo Oliveira, voltou de Bogotá impressionado com o sorriso de seus habitantes. Nem porque, desta vez, o diálogo tenha padrinhos poderosos, como Cuba e Noruega. Há muito tempo a guerrilha colombiana deixou de importar para o regime cubano, e seu último entusiasta, o presidente venezuelano Hugo Chávez, morreu há dois anos.
Governo colombiano e Farc retomam processo de paz em meio a combates
As Farc e o ELN já constituíram um dos mais efetivos movimentos insurgentes do mundo. Enquanto as infantarias do Estado Islâmico (EI) ou dos separatistas ucranianos depende basicamente de estrangeiros, a guerrilha colombiana sempre recrutou quase exclusivamente no próprio país. Chegou a constituir, no início dos anos 1980, um Estado paralelo, com força policial e receita pública.
Isso pertence ao passado. Nos últimos 15 anos, os governos de Álvaro Uribe, Andrés Pastrana e Juan Manuel Santos lograram recuperar não apenas a força e a eficácia mas a legitimidade do Estado colombiano. É por isso que, apesar das dezenas de mortes dos últimos dias, incluindo as de altos líderes das Farc, nenhum lado fala em abandonar o diálogo.
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