Responsável por investigar e indiciar Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, Evandro Wirganovicz e Edelvânia Wirganovicz por homicídio qualificado na morte do menino Bernardo Boldrini, a delegada Caroline Bamberg foi convidada a ocupar um cargo regional e deixará Três Passos em duas semanas. Ela foi promovida devido à atuação no caso e dará lugar ao delegado Marcelo Mendes Lech, da 2ª DP de Santa Rosa. Com isso, Bamberg não reinvestigará o suicídio de Odilaine Uglione, mãe do garoto.
Nesta quarta-feira, a Justiça de Três Passos acatou pedido do Ministério Público e determinou a reabertura do inquérito sobre a morte de Odilaine, supostamente por suicídio, em 10 de fevereiro 2010. Na ocasião, Caroline Bamberg foi a responsável pelo inquérito que apontou como causa da morte um tiro no consultório de Leandro Boldrini, disparo pela própria vítima. A mãe de Odilaine, Jussara Uglione, tentava desde maio de 2014 uma nova apuração dos fatos.
- O novo delegado vai analisar o inquérito anterior, a decisão da Justiça e averiguar o que precisa ser feito. A delegada Caroline é muito competente e será valorizada. Hoje, são quase 260 profissionais no Interior e ela ocupará uma das 29 regionais. Reabrir um inquérito não é desprestígio, acontece - afirma o Chefe de Polícia, Guilherme Wondracek.
A decisão do juiz Marcos Luís Agostini, da 1ª Vara Judicial de Três Passos, atende a um pedido do Ministério Público. Assim, as investigações do suicídio devem ser retomadas e podem alterar o curso do Caso Bernardo.
"Verifica-se que merece deferimento o pedido de desarquivamento do inquérito policial apresentado pelo Ministério Público. Os elementos e fundamentos apresentados são suficientes para reabertura das investigações acerca da morte de Odilaine Uglione", afirmou o magistrado, em despacho (veja mais detalhes abaixo).
O advogado de Jussara Uglione comemora a decisão. Marlon Taborda diz que espera uma investigação profunda e entende que as conclusões podem ter relação com o processo envolvendo Boldrini, Graciele e os irmãos Wirganovicz.
- Nós sempre vimos que há uma relação entre os dois fatos. Agora, com os órgãos públicos efetivamente investigando, é possível achar elementos relacionados. Mas depende de uma investigação ampla, e não apenas pinças de requisições. A polícia tem de investigar. Eu temo que seja superficial - salienta Taborda.
De acordo com o MP, a solicitação de desarquivamento é necessária para confrontar, por diligências oficiais, as perícias encomendadas pela família de Odilaine e juntadas ao processo. Uma delas, divulgada no mês passado, aponta que a carta de suicídio teria sido escrita pela secretária de Boldrini. Outros exames particulares, de outubro passado, indicaram que o tiro teria sido efetuado por outra pessoa que não a vítima.