Alvo de protestos, envolto em uma grave crise econômica e tendo que lidar com a greve dos servidores público, o governo de Beto Richa (PSDB) no Paraná agora tem mais uma preocupação. Um auditor da Receita estadual preso em Londrina disse, em depoimento ao Ministério Público, que a campanha de reeleição do tucano foi beneficiada com parte da propina de dinheiro desviado dos cofres paranaenses. Segundo Luiz Antônio de Souza, o repasse foi de cerca de R$ 2 milhões. As informações são da Folha de S. Paulo.
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Nesta sexta-feira, Richa não quis se pronunciar sobre a delação do auditor fiscal e as investigações do Ministério Público. A direção estadual do PSDB emitiu uma nota oficial na qual "refuta de forma veemente as declarações do sr. Luiz Antonio de Souza". "O partido ressalta ainda que todas as doações para a campanha do governador Beto Richa ocorreram dentro da legalidade e foram realizadas voluntariamente, sendo registradas e atestadas pelo Comitê Financeiro. As contas foram apresentadas e aprovadas integralmente pela Justiça Eleitoral", afirma a nota.
Souza e mais 14 auditores e funcionários públicos são acusados de cobrar propina de empresários para reduzir ou anular dívidas tributárias de empresas. Segundo Souza, o esquema era comandado por Márcio Albuquerque de Lima, que era inspetor-geral da fiscalização da Receita à época, hoje preso. Ainda segundo a Folha de S. Paulo, Souza afirma que Márcio agiria em nome de Luiz Abi Antoum, que diz ser primo de Richa e já havia sido preso, por suspeita de fraude em licitação do governo estadual. Antoum responde as acusações em liberdade. O conteúdo do depoimento de Souza foi revelado por seu advogado, Eduardo Duarte Ferreira.
Na nota divulgada pelo PSDB do Paraná, a direção estadual do partido também informa que "não recebeu qualquer tipo de doação da empresa Dataprom ou de seu sócio Alberto Mauad Abujamra nas eleições de 2014" e que "Luiz Abi Antoun não tratou de arrecadação para a campanha eleitoral".
*Com Agência Estado