O Rio Grande do Sul tem seis rodovias, em sete pontos diferentes, com manifestação de caminhoneiros na tarde desta sexta-feira. A categoria reivindica a aprovação de uma tabela de frete - o que o governo alega ser inconstitucional.
A interdição nas rodovias federais gaúchas ocorre nos seguintes trechos: no km 155 da BR-472, em Santa Rosa; no km 462 da BR-285, em Ijuí; no km 297 da BR-392, em São Sepé; no km 71 da BR-386, em Boa Vista das Missões; no km 36 da BR-386, em Frederico Westphalen; e no km 160 da BR-158, em Panambi. Somente caminhões são impedidos de seguir viagem.
O km 0 da BR-468, em Palmeira das Missões, e o no km 22 da BR-101, em Três Cachoeiras, também foram palco de manifestações na noite desta sexta-feira, mas foram liberados.
Segundo o Comando Rodoviário da Brigada Militar, apenas um trecho está bloqueado para caminhões em rodovias estaduais. Em Santo Augusto, a ERS-155 está bloqueada no km 65, exceto para caminhões com cargas perecíveis, viva e de produtos perigosos. Em Tapejara, o km 2 da ERS-463 já foi liberado.
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O que emperra a negociação entre governo e caminhoneiros
ANTT publicará resolução para elaboração de tabela referencial de frete
Durante a madrugada, houve interdição total da pista da BR-116 em Camaquã, no sul do Estado. Os manifestantes colocaram blocos de concreto, canos e atearam fogo em pneus para bloquear a rodovia, na altura do km 398. O Corpo de Bombeiros precisou ser acionado para liberar o trecho. As informações são da Rádio Gaúcha.
Ainda foram registradas manifestações em rodovias do Mato Grosso, Ceará, Mato Grosso do Sul e Paraná nesta manhã..
Apedrejamentos
Oito caminhoneiros registraram ocorrência na Polícia Rodoviária Federal (PRF) após terem os veículos apedrejados em diferentes pontos das rodovias da zona sul do Estado nesta madrugada. O ponto de maior perigo, segundo os motoristas, é o km 66 da BR-392, no Posto Coqueiros, em Pelotas, local que já foi o de maior tensão na primeira paralisação, em fevereiro. Pedras estão sendo arremessadas de dentro de veículos, de motociclistas e inclusive de pessoas que passam a pé pelo acostamento.
Há registro de apedrejamento também na BR-116, em São Lourenço do Sul e Camaquã. Não há pontos de bloqueios na região, apenas uma concentração maior de caminhões no Posto Coqueiros da BR-392, em Pelotas, e no Posto Leão, na BR-116, em Capão do Leão.
Nova mobilização
Os caminhoneiros retomaram ontem as mobilizações em rodovias após reunião com o governo federal terminar sem acordo na tarde de quarta-feira. A categoria buscava a aprovação de uma tabela de frete mínimo, o que aumentaria os valores atuais em torno de 30%. Por sua vez, o governo alega que a tabela impositiva é inconstitucional.
Segundo a PRF, a liminar que impede o bloqueio das rodovias ainda está em vigor. Se houver bloqueios ou atos de vandalismo, os responsáveis serão identificados e encaminhado às delegacias.
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O QUE EMPERRA A NEGOCIAÇÃO COM O GOVERNO
- TABELA DE FRETE
O que querem os caminhoneiros
É a principal reivindicação da categoria. A nova onda de paralisações foi deflagrada após o governo negar a criação de um patamar mínimo obrigatório para os preços dos fretes e sugerir a implantação de uma tabela de referência, sem obrigação legal.
O que diz o governo
A Secretaria-Geral da Presidência, que negocia com a categoria, argumenta que a tabela desrespeitaria o princípio constitucional de livre mercado.
- PREÇO DO DIESEL
O que querem os caminhoneiros
Outra exigência apresentada pelos caminhoneiros em fevereiro, não atendida, foi a redução no preço do diesel _ que aumentou neste ano devido ao reajuste das alíquotas de PIS/Cofins e Cide, tributos que incidem no valor do combustível. Na paralisação atual, porém, não foi apresentada como prioridade pelos organizadores do movimento.
O que diz o governo
O ministro Miguel Rossetto já declarou que a redução no valor do diesel "não está na pauta do governo" no momento. A elevação das alíquotas dos tributos que incidem sobre o combustível fazem parte de um conjunto de medidas destinado a ajustar as contas públicas.