A Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) de Porto Alegre interditou a casa noturna Sobradinho, localizada no Centro Histórico, na semana passada. A medida, adotada a pedido do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), foi divulgada nesta segunda-feira.
A solicitação da Brigada Militar, feita em fevereiro do ano passado, também incluía outras casas da região. A corporação apontou que homicídios praticados na área central tinham relação com a saída dos inferninhos.
- Também havia outros problemas, como tiros, lesões e arruaças - explica o comandante do 9º BPM, tenente-coronel Francisco Vieira.
Na época, estabelecimentos foram fechados, mas conseguiram liminares para reabertura. O Sobradinho, por exemplo, voltou a funcionar com amparo de uma liminar judicial concedida no dia 18 de março de 2014 pela 22ª Câmara Cível da Capital. Em primeira instância, o pedido havia sido negado pela 1ª Vara da Fazenda Pública.
Agora, o estabelecimento teve cassada sua licença de funcionamento. O Código de Posturas da cidade prevê que, a qualquer momento, diante das circunstâncias narradas pela BM, o alvará de funcionamento pode ser cassado. O mesmo código prevê que um estabelecimento noturno é responsável pelos impactos do seu funcionamento nos arredores.
Policiamento esbarra na falta de efetivo
Para o tenente-coronel Vieira, apenas o fechamento dos inferninhos não é suficiente para reduzir a violência causada por seus frequentadores. Um exemplo é o que ocorreu no ano passado: quando casas do Centro foram fechadas, os frequentadores migraram para a Cidade Baixa, que começou a ter mais brigas, arruaças e roubos.
- O importante é termos um bom policiamento preventivo. Quando detectamos que tem mais de uma gangue nas casas, avisamos para fazerem e o fechamento em horários diferentes e assim evitar que se encontrem na saída. Tem dado um resultado bom.
Mas, para fazer um controle maior, não basta que os policiais conheçam as gangues. É preciso ter PMs nas ruas e, nesse sentido, a corporação esbarra na falta de efetivo.
Adolescente de 16 anos foi morta em março
No dia 30 de março, uma adolescente de 16 anos morreu após ser atingida por dois tiros, no Largo Glênio Peres, durante a madrugada. Os disparos teriam sido efetuados por outra adolescente, de 14 anos, que foi apreendida. As duas estariam em uma casa noturna e teriam se desentendido.