Sindicatos de todo o país estão organizando, nesta quarta-feira, o Dia Nacional de Paralisação, em protesto contra a lei das terceirizações. No Rio Grande do Sul, estão previstas paralisações em serviços como transporte público, escolas, bancos, universidades, hospitais, previdência e postos de saúde.
O tamanho da mobilização e o quanto os serviços serão afetados ainda são uma incógnita tanto para os organizadores quanto para as empresas afetadas.
ZH apurou, nesta terça-feira, quais são as promessas das categorias, o que os órgãos responsáveis e patrões pretendem fazer e como os usuários podem evitar transtornos.
ÔNIBUS EM PORTO ALEGRE
O que deve ser afetado: apenas servidores da Carris, segundo a CUT e o Conlutas, confirmaram que pretendem paralisar o transporte entre 0h e 23h59min desta quarta-feira, o que pode afetar até 26 linhas (do T1 ao T11, 343, 353, 431, 473, 510, 525, C1, C2, C4, D43, S1). Maior empresa da Capital, a Carris transporta 250 mil passageiros por dia.
O que deverá ser feito para evitar prejuízo aos moradores: a Carris admite que um grupo de rodoviários está cogitando paralisar o serviço e impedir que ônibus saiam da garagem, mas que, até as 16h desta terça-feira, não havia recebido nenhum comunicado oficial. De qualquer forma, diz que pretende manter todas as linhas em operação e, caso os veículos sejam impedidos de circular, vai recorrer aos meios judiciais. O Sindirodoviários, sindicato que representa os funcionários, diz que não vai aderir à paralisação. A EPTC diz não saber quais linhas poderão ser afetadas, nem quais ruas poderão ser trancadas, mas que já tem um "plano emergencial" engatilhado - uma das possibilidades, se seguir a tendência das últimas greves, é liberar que lotações transportem passageiros em pé. Desde o início da manhã, azuizinhos e Brigada Militar estarão circulando pela cidade para garantir a mobilidade.
Dicas para os usuários: a EPTC orienta os usuários a procurarem informações pelos meios de comunicação e redes sociais, além da central de atendimento pelo telefone 156, e a procurarem os lotações e táxis, que não deverão ser afetados pela paralisação, além de caronas. Além disso, a Metroplan anunciou que os ônibus da Carris que pararem serão substituídos pelo serviço de empresas privadas. Haverá reforço em linhas das empresas Soul, Transcal e Sogil, que circulam no corredor da Avenida Assis Brasil.
TRENSURB
O que deve ser afetado: funcionários, ligados ao Sindimetrô, anunciaram paralisação de 24 horas. Se o anúncio se confirmar, nenhum trem circulará na Região Metropolitana. A Trensurb transporta cerca de 210 mil passageiros por dia.
O que deverá ser feito para evitar prejuízo aos moradores: a Trensurb anunciou que entraria na Justiça para garantir que os trens funcionem no horário de pico - até as 16h, no entanto, a empresa ainda não havia acionado o Ministério Público. A Metroplan anunciou que vai liberar o funcionamento de ônibus intermunicipais.
Dicas para os usuários: a Metroplan colocará em prática um esquema especial para dar conta da paralisação na Carris e na Trensurb. Assim, no eixo norte, as empresas Central (Novo Hamburgo e São Leopoldo), Real (Sapucaia do Sul e Esteio) e Vicasa (Canoas) terão suas frotas reforçadas nos terminais Conceição e Mauá, em Porto Alegre, para equilibrar a demanda da Trensurb. Haverá também a liberação de passageiros em pé nos veículos executivos em 50% da lotação sentada.
BANCOS NO ESTADO
O que deve ser afetado: os funcionários de bancos aderiram à paralisação em várias regiões do Estado. A tendência é de que o serviço seja afetado nas agências, mas não ainda não há confirmação de horário e se a paralisação será total ou parcial. Segundo a Fetrafi, que reúne todos os sindicatos do Estado, as associações da Região Metropolitana, de Santa Maria, Santo Ângelo e Vale do Paranha confirmaram aderência ao movimento, mas iriam realizar assembleias no final do dia para decidir os detalhes.
O que deverá ser feito para evitar prejuízo aos moradores: segundo a Associação dos Bancos do RS, nenhuma medida está prevista, pois a entidade não havia recebido confirmação de paralisações.
Dicas para os usuários: a Associação dos Bancos indica que, por via das dúvidas, os clientes optem por utilizar computadores, celulares, caixas automáticos, telefones, entre outros meios eletrônicos, para realizar operações bancárias.
UNIVERSIDADES EM PORTO ALEGRE
O que deve ser afetado: forças sindicais afirmam que parte dos professores, técnicos e funcionários das universidades vai parar na Capital e que parte das aulas deverão ser canceladas.
O que deverá ser feito para evitar prejuízo aos moradores: as duas maiores universidades de Porto Alegre, PUCRS e UFRGS, se manifestaram sobre o paralisação. A Federal admite que há professores que já cancelaram aulas e/ou provas, mas afirmam que não existe uma orientação oficial para isso, pois os docentes têm autonomia nas aulas. Já PUCRS afirma que os funcionários não deverão paralisar, mas que a universidade vai ser flexível com os alunos que tiverem dificuldades de deslocamento e não conseguirem chegar às aulas, e que estes não sofrerão prejuízos.
Dicas para os estudantes: as universidades indicam procurar o professor da disciplina de que o estudante terá aula ou a unidade acadêmica para saber se haverá atividade ou não.
ESCOLAS ESTADUAIS E MUNICIPAIS
O que deve ser afetado: o sindicato dos professores estaduais (Cpers) orientou que todos paralisem as atividades nesta quarta-feira. Em Porto Alegre, farão um ato em frente a Fecomércio (Avenida Alberto Bins, 665) ao meio-dia. Dali, seguem em caminhada até a Assembleia Legislativa. No Interior do Estado, a orientação do Cpers é para que os núcleos se mobilizem nas ações das suas cidades.
O que deverá ser feito para evitar prejuízo aos moradores: as secretarias estadual e municipal de Porto Alegre de Educação disseram que a orientação é de funcionamento normal das escolas. Não há previsão de alguma medida caso aulas sejam canceladas.
Dicas para os estudantes: procurar a escola onde você ou seu filho estuda e se informar para saber se haverá aula. Na dúvida, vá até a escola.
HOSPITAIS E POSTOS DE SAÚDE
O que deve ser afetado: forças sindicais afirmam que funcionários do Hospital de Clínicas e dos três hospitais do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) - Cristo Redentor, Conceição e Fêmina - devem aderir ao movimento. O SindiSaúde não vai fazer protestos na frente dos hospitais, mas orientou os profissionais a paralisarem as atividades. Já os funcionários dos postos de saúde da Capital, até as 17h, não havia definido se iriam participar da mobilização. O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) diz que apoia o movimento nacional, mas não orientou que a categoria paralise as atividades.
O que deverá ser feito para evitar prejuízo aos moradores: o GHC garante que todas as unidades prestarão atendimento normalmente, enquanto o Hospital de Clínicas não se manifesta sobre o protesto.
Dicas para os estudantes: o ideal é evitar os hospitais que podem ser afetados pela paralisação e procurar outras unidades de saúde.
Veja o que dizem outras entidades:
Sindilojas Porto Alegre: representante dos comerciantes de Porto Alegre e Alvorada, reúne aproximadamente 18 mil estabelecimentos nas duas cidades, e é contrário às paralisações.
Agências do INSS: todas as agências devem estar abertas. Provavelmente, com quadro reduzido de funcionários, mas não há nenhum indicativo de fechamento.
Sindisprev RS - Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência no RS: convoca para paralisação geral hoje. Fará concentração em frente à Fecomércio (Avenida Alberto Bins, 665) e seguirá para a Assembleia Legislativa.