Investigado na Operação Lava-Jato, o deputado José Otávio Germano admite ter se reunido com Paulo Roberto Costa para tratar de interesses da Fidens Engenharia, porém nega ter repassado R$ 200 mil ao ex-diretor da Petrobras.
O senhor se reuniu com Paulo Roberto Costa para tratar de interesses da Fidens?
Fui a Petrobras e participei da reunião convidado pelo (deputado federal) Luiz Fernando Faria, meu amigo. Presidi a Comissão de Minas e Energia em 2007 e o Luiz Fernando me sucedeu. Ele me chamou para ir junto, eu não conhecia a empresa, fui apresentado ao diretor da Fidens naquele momento.
O que foi tratado com Costa?
A Fidens ganhou licitações na Petrobras, mas não era chamada para assinar os contratos. Com a delação do Paulo Roberto fica claro o motivo. A empresa não fazia parte do clube de construtoras que ganhava a maior parte das licitações.
Qual a sua relação com a Fidens?
Não conhecia o diretor até aquela reunião. Como não tenho relação com a empresa, ela nem fez doações para minhas campanhas de 2010 ou 2014.
O senhor se identificou na Petrobras como representante da construtora?
Deve ter ocorrido algum erro no momento do registro, pois entrei no prédio junto com o deputado Luiz Fernando e com o diretor da empresa.
O ex-diretor afirma que recebeu em um hotel R$ 200 mil em dinheiro do senhor e do deputado Luiz Fernando Faria, um "agrado" da construtora. Houve o pagamento?
Não entreguei dinheiro em hotel para ninguém, sofri calado por uma mentira, eu nem hospedado no Fasano estive. O Paulo Roberto diz na delação que a empresa venceu licitações sem negociar comissões.