Foi uma sexta-feira movimentada em Erevan. A capital da República da Armênia foi o ponto central das cerimônias de lembrança dos cem anos dos massacres perpetrados entre 1915 e 1918, nos quais pereceram mais de 1 milhão de armênios do Império Otomano.
O historiador e professor brasileiro Pedro Bogossian Porto, que está em Erevan, relata: "Há turistas de todas as partes do mundo, a maior parte deles descendente de armênios. Muitos aproveitaram para assistir ao show do System of a Down, banda de armênios-americanos extremamente engajados na causa do reconhecimento do genocídio e que nunca haviam tocado aqui. Além disso, a cidade está toda decorada em função do centenário: a flor miosótis (em inglês, chamada de forget-me-not, "não me esqueça"), escolhida como símbolo da data, foi plantada em vários pontos da cidade. Em grande parte dos carros e das lojas há adesivos que fazem referência às cerimônias. Em outdoors, há homenagens, promovidas pelo governo ou por ONGs, às vítimas e aos sobreviventes das perseguições" (leia a íntegra da entrevista em zhora.co/erevanarmenia).
Pedro Bogossian Porto, historiador brasileiro, na Armênia: "Há turistas de todas as partes do mundo"
O 24 de abril, data inicial do genocídio armênio, levou a Erevan os presidentes da França, François Hollande, e da Rússia, Vladimir Putin. Na Turquia, uma espécie de contracerimônia - a celebração dos cem anos do início da Batalha de Galípoli, convenientemente antecipada em um dia - teve a presença do príncipe Charles e de outros 19 representantes de países vizinhos e ex-beligerantes na I Guerra. Mas não foi suficiente para esmaecer o peso da condenação dos massacres.