Os expositores de Santa Maria avaliam que valeu a pena investir na Feira Internacional de Segurança e Defesa - LAAD, que terminou nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro. Os resultados não são colhidos durante o evento. Nada pode ser vendido nos pavilhões (exceto nos restaurantes). E como os principais clientes das empresas expositoras são governos, o processo de compra é demorado e burocrático.
- Missão dada é missão cumprida. Nosso objetivo foi totalmente alcançado, conseguimos divulgar o Santa Maria Tecnoparque, o seminário e as nossas articulações. Estou voltando com várias empresas interessadas em conhecer a cidade e, possivelmente, instalarem-se no parque - afirmou o gestor executivo do parque tecnológico, Cristiano Silveira.
Entre os interessados, estão empresas estrangeiras, como algumas do Oriente Médio e de outros lugares do país, que veem no Rio Grande do Sul um bom lugar para investir.
- Além de atender no estande, fizemos mais de 15 reuniões com outras entidades, com generais, com empresários. A longo prazo, certamente o retorno será positivo - afirma Diogo de Gregori, superintendente executivo da Adesm.
Em contato com grandes empresas e conhecendo outros polos de defesa no país, também foi possível detectar alguns gargalos. O mais comentado foi ao da infraestrutura:
- Vocês precisam de um voo direto para São Paulo. Para empresas estrangeiras, isso é muito importante - sentenciou o CEO da KMW, Frank Haun.
A catalogação dos produtos de defesa é outro passo importante para que o rol de clientes das empresas locais aumente.
Estamos no mapa da defesa? Sim!
Hoje já é possível responder à pergunta feita no começo desta cobertura: Santa Maria está mesmo no mapa da defesa? Sim, está.
A cidade é lembrada e conhecida por muitos dos frequentadores da LAAD com quem eu tive contato. Lógico, para os chineses ou coreanos, talvez não. Mas para israelenses da Elbit, que produzem as aeronaves remotamente tripuladas (ARP) usadas na Basm; para os suecos da SAAB, que estão em tratativas para fornecer materiais de simulação para o Exército, e para os russos, que firmaram convênio com a UFSM, a cidade é um foco de investimentos. Isso sem falar nos militares de forma geral.
Chamou a atenção o estande institucional que representa o Estado e a cidade. Ficou claro que o governo estadual adotou Santa Maria como a capital gaúcha da defesa e segurança, ou seja, ao buscar atrair empresas para o Estado, dará a preferência à cidade.