O ministro da Secretaria da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), negou neste fim de semana a denúncia, publicada pela revista Época, de que teria feito lobby para favorecer os negócios de uma multinacional que opera um parque eólico em suas terras no litoral gaúcho.
Em entrevistas concedidas neste sábado, Padilha se defende das acusações e diz que pretende processar a publicação.
Matéria divulgada na última sexta-feira pela Época indica que Padilha se reuniu no dia 19 de março - já, portanto, como ministro - com o diretor de geração da Eletrobras Valter Cardeal. O objetivo seria tratar da ampliação dos negócios da estatal com a portuguesa EDP Renováveis, que mantém contrato de locação de um terreno em que Eliseu Padilha é um dos sócios, e onde a multinacional opera o parque eólico Cidreira I. A revista alega ter uma declaração de Padilha em que ele afirma que, no encontro com Cardeal, fez uma consulta sobre a "possibilidade de expansão do parque eólico".
À imprensa, no entanto, Padilha negou que a reunião tenha tido esta finalidade. Ele disse que o encontro com o diretor da Eletrobras se tratou de uma visita de cortesia e que não há qualquer interesse em expandir o parque eólico Cidreira I.
- Eu nunca fiz lobby a favor de quem quer que seja, muito menos a favor da EDP. Uma empresa que antecedeu a EDP construiu o parque eólico em Tramandaí e nos paga arrendamento. Ponto. Nada mais. Tem pedido meu de ampliar? Não! Até porque a minha área toda está arrendada - argumentou o ministro.
Ele também ressaltou que os valores envolvidos no contrato são declarados para a Receita Federal, sem qualquer ilegalidade.
Conforme a revista êpoca, os negócios com a EDP, que vende a energia gerada no local para a Eletrobras, rendem cerca de R$ 1,6 milhão por ano para o ministro. Segundo Padilha, o terreno onde fica o parque Cidreira I está em nome da Gaivota Empreendimentos, empresa em que é sócio com sua mulher, Simone Camargo.