Os funcionários da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, da prefeitura da Capital, nem precisaram passar na residência dos aposentados Antônio Alves Carneiro, 84 anos, e Maria Noeli Freitas Carneiro, 87 anos, no Bairro São José, quando foram aplicar inseticida em ruas do local, nesta semana. É que o casal toma o maior cuidado para evitar a proliferação do Aedes aegypti.
- Como trabalhei como enfermeira e já tive dengue quando fui ao Rio de Janeiro, sei como esta doença é perigosa. Não quero pegar de novo! - explica Maria.
Ela adora dar plantas de presente e, por isso, tem muitas em casa. Todas estão sem o pratinho embaixo, para evitar o acúmulo de água, situação favorável para que o mosquito se desenvolva.
Já Antônio está de olho na limpeza do pátio e da água do labrador Almofada, que está sempre sendo trocada.
Temperatura
Nesta semana, Porto Alegre teve a confirmação de 31 casos de dengue - quatro autóctones (adquiridos na cidade) e 27 importados. No Rio Grande do Sul, são 430 casos.
Caibaté, nas Missões, é a recordista no Estado, com 176. Embora os números sejam altos, a Região Sul do Brasil é a que tem menos notificações de dengue no país. O Sudeste é campeão.
Médico chefe da equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis da prefeitura, Benjamin Roitman explica que a temperatura quente favorece a proliferação do mosquito.
Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, até a segunda quinzena do mês de maio, o risco de transmissão é alto. A quantidade de mosquito só vai diminuir no frio.
Cuidados para tomar sempre
- Tire a água de qualquer recipiente que possa acumular líquidos, como pratos de vasos de plantas, pneus e lixo, passando por garrafas e potes.
- Verifique o pátio uma vez por semana, tirando a água acumulada, para evitar a proliferação das larvas.
- Ralos devem ser mantidos com telas ou fechados e sempre limpos.
- A água das piscinas deve ser tratada.
- Piscinas infantis devem ser esvaziadas, secas e guardadas.
- Caixas d'água, cisternas, tonéis e outros depósitos de água devem estar sempre bem fechados, com a tampa adequada.
- Garrafas vazias devem ficar de cabeça para baixo.
Os principais sintomas da doença
- Febre alta
- Dor no corpo
- Dor de cabeça
- Dor nas articulações
- Mal-estar
- Manchas no corpo
Tudo muito rápido
O ciclo de transmissão da dengue funciona da seguinte forma: uma pessoa que foi infectada fora de Porto Alegre (caso importado) retorna para a Capital com o vírus no organismo.
Se ela for picada por uma fêmea do mosquito transmissor do vírus, saudável, em poucos dias, o inseto poderá começar a transmissão. Por isso, são tão necessárias as aplicações de inseticida.
Vacina está em estudo
Segundo o Ministério da Saúde, a vacina contra a dengue está em fase de estudos. Enquanto ela não chega, o médico Benjamin alerta que o tratamento para a doença é simples e que 90% das pessoas infectadas vão se recuperar e ficar bem. O acompanhamento é importante especialmente porque, nos outros 10%, os casos podem evoluir para dengue hemorrágica, bem mais grave.
- E quando se faz o diagnóstico precoce, a prefeitura pode tomar medidas para evitar que a doença se espalhe.
Os municípios são os responsáveis por executar estas ações de combate, que o Estado monitora. Já o governo federal deve repassar verbas e traçar diretrizes para estas ações.
Ficou com dúvidas? Acesse o site: www.ondeestaoaedes.com.br