O Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers) deu ontem um ultimato ao governo do Estado: caso o Piratini não crie mesa de negociação para as reinvindicações da categoria até 8 de maio, escolas estaduais entrarão em greve. Os docentes exigem que o grupo inclua os secretários de Educação, Vieira da Cunha, da Fazenda, Giovani Feltes, e o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi.
- Estamos em estado de alerta. Será nosso dia D (8 de maio). Se não tivermos um retorno positivo quanto à mesa de negociações, cruzaremos nossos braços. E garanto, desde já, que não faremos greve de vanguarda. Vamos retomar aquele sindicato que fazia tremer as paredes do Piratini - afirmou a presidente do Cpers, Helenir Schürer.
Nesta sexta-feira, cerca de 2 mil professores protestaram em Porto Alegre. Após paralisar o trânsito na Avenida Mauá, no centro da Capital, o grupo seguiu em caminhada até o Palácio Piratini, onde uma comissão foi recebida na Casa Civil.
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Além de alta emergencial nos salários de 13,01%, previsto para janeiro passado e ainda não cumprido pelo governo, os docentes cobram proposta para o aumento de 34,67%, percentual que faltava para atingir o piso da categoria no fim de 2014. Pedem ainda a chamada de quase 5 mil profissionais aprovados em concursos - a rede estadual tem de 19 mil contratados de forma emergencial.
Atendimento no IPE motiva reclamação
A presidente do Cpers afirma ainda que os professores estão revoltados com falhas de atendimento no Instituto de Previdência do Estado (IPE). Segundo Helenir, médicos credenciados pelo órgão têm se recusado a atender, alegando a falta de pagamento por parte do governo.
- Estamos sofrendo calote no nosso contracheque. Vamos no IPE Saúde, mas dizem que o Estado não está pagando. O IPE diz que não há ninguém com salário em atraso. Nos sentimos joguetes entre o IPE e os médicos. Pagamos por um serviço e não recebemos. Não nos interessa quem está com a razão. Cobramos que esta situação seja resolvida - reclama Helenir.
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Durante a manifestação desta sexta-feira, os professores também mostraram-se contrários ao projeto de lei da terceirização, aprovado na quarta-feira na Câmara dos Deputados. Diante do déficit de cerca de mil merendeiras e funcionários de serviços gerais, o Cpers cobra concurso para esses cargos e promete "guerra" em caso de terceirização dessas atividades.
- Vamos fechar as escolas e impedir as aulas - garante Helenir.
CONTRAPONTO
O que diz o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi
Por meio da assessoria de imprensa, Biolchi informou que até o dia 8 de maio pretende articular com os demais secretários uma data para a realização de um encontro de negociação com o Cpers.