Um perfil no Facebook que informa ser de uma gaúcha passou a ser investigado pelo Ministério Público do Maranhão após ofensas ao Estado. Em uma publicação, o responsável pela página afirmou disse que "a cultura maranhense é horrível", a maioria das mulheres é "piriguete" e os são homens "malandros".
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O MP maranhense instaurou nesta segunda-feira um Procedimento de Investigação Criminal para apurar as circunstâncias em que ocorreram as afirmações. O perfil informa o nome de Isabela Cardoso, 24 anos, natural de Porto Alegre e moradora de Gramado, na Serra.
Segundo o órgão, em 1º de março a seguinte mensagem foi publicada pelo perfil: "Finalmente em casa, depois de 1 ano e 7 meses na Suzano de Imperatriz eu e meu esposo retornamos a nossa cidade. Estado pobre, kkkkkkkkkk. A cultura maranhense é horrível. O carnaval é um lixo. Tal de bumba meu boi, tambor de crioula. A maioria das Mulheres são piriguetes e os Homens malandros. Mais da metade das pessoas são semi-analfabetas".
A postagem teve repercussão na internet. De acordo com o MP maranhense, "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, religião ou procedência nacional" é crime, e por isso o responsável pela página será investigado.
- A Constituição Federal repudia discriminação de qualquer natureza. O que torna o povo brasileiro especial é justamente sua diversidade. O Ministério Público do Maranhão adotará posições firmes com o objetivo de coibir práticas dessa natureza - afirmou o promotor Joaquim Ribeiro Junior, um dos responsáveis pela investigação.
Também atual no caso os promotores Alessandro Brandão e Ossian Bezerra, todos da comarca de Imperatriz, município onde a empresa Suzano Papel e Celulose, citada na postagem, possui uma unidade industrial.
Os promotores destacam que, no caso do crime ser cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza, os suspeitos estão sujeitos à pena de reclusão de dois a cinco anos e ao pagamento de multa.
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No domingo, conforme o MP do Maranhão, a assessoria da empresa Suzano Papel e Celulose informou que desconhece o nome Isabela Cardoso e que o caso foi encaminhado ao seu setor de Recursos Humanos. A empresa pediu desculpas pelo ocorrido e destacou que se trata de opinião particular. O MP maranhense solicitou à Justiça a notificação do responsável pelo setor de RH da empresa para prestar esclarecimentos.
Embora o perfil informe que a suposta gaúcha more em Gramado, o nome não consta na lista telefônica do município. Na rede social, a página também informa que a mulher teria estudado na Feevale, entre 2009 e 2013. No entanto, a assessoria de imprensa da universidade afirmou que o nome não está no sistema de alunos e ex-alunos.
A investigação buscará identificar o responsável pela publicação por meio do endereço IP do computador usado para divulgar a mensagem. Conforme o MP, o perfil teria sido apagado no domingo.