O número de campanhas de recall para trocar ou reparar produtos com defeito foi recorde no Brasil, em 2014. Foram 120 campanhas de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pela Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça. Em 2013 foram 109 campanhas e, em 2012, foram 67. Os veículos lideram a lista, com 65% do total das campanhas de recall no ano passado.
Após os veículos automotores (78 campanhas), estão os motocicletas (11 campanhas), produtos de saúde - que incluem medicamentos e cosméticos - (nove campanhas), móveis (três) e produtos infantis (três). A lista tem ainda eletroeletrônicos, utensílios domésticos, artigos de informática e de esporte e lazer.
A secretária Nacional do Consumidor, Juliana Pereira da Silva, diz que o aumento dos chamados motivados por defeitos em produtos tem explicações diversas:
- Com a criação da secretaria, tivemos como monitorar de forma mais permanente o que acontece na área de segurança de produtos. Acho também que a cultura da transparência, no caso de defeitos e recalls, começa a crescer no país. A campanha de recall é uma obrigação legal.
Apesar das campanhas lançadas pelas empresas, muitos consumidores não atendem ao chamado. Entre os motivos apontados pela secretária estão o baixo preço do produto adquirido, período curto de vida útil e a forma como o recall é feito. Em 2013, por exemplo, uma empresa informou os consumidores sobre problemas em uma cadeira infantil e, das 60 unidades afetadas, apenas dois foram recolhidas. Juliana destaca a importância de atender aos chamados das empresas para garantir a segurança na utilização dos produtos.
Os números brasileiros ainda são pequenos quando comparados aos de outros países. Nos Estados Unidos foram 1.580 recalls em 2014, sendo que a lista também é liderada pelos veículos automotores. Nos países da União Europeia, foram 2.755 os chamados para reparo ou troca de produtos.
A partir de agora, a Secretaria Nacional do Consumidor passa a divulgar também o índice de atendimento das campanhas, que retrata a quantidade e percentuais dos atendimentos dos fornecedores aos consumidores afetados por produtos potencialmente nocivos e perigosos.
- De um lado as empresas não podem ser furtar à responsabilidade de acompanhar a efetividade dessa campanha e de outro vamos trabalhar na conscientização dos consumidores - afirma Juliana.
*Agência Brasil