Nesta semana, a mais rumorosa operação já desencadeada pela Polícia Federal brasileira, a Lava-Jato, completa um ano. E o aniversário deve ser simbolizado nesta segunda-feira com mais uma leva de denúncias feitas pelo Ministério Público Federal (MPF). Os procuradores não revelam quantas pessoas serão denunciadas, mas o alvo da ação deve ser o núcleo petista na administração da Petrobras.
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Entre os incriminados, devem estar Renato Duque (ex-diretor de Serviços da estatal, indicado para o cargo pela cota do PT), Pedro Barusco (número 2 na gerência de Duque e um dos delatores da Lava-Jato) e, possivelmente, João Vaccari Neto, tesoureiro nacional do Partido dos Trabalhadores.
Barusco fez delação premiada ao MP, concordou em devolver o equivalente a R$ 303 milhões e detalhou um esquema de propina arrecadada com as empreiteiras que assinavam contratos na Petrobras. No caso dele, o suborno era direcionado a políticos petistas, afirma o delator. Ele disse também que arrecadava propina desde 1997, ainda durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Quando atuou como gerente da Petrobras no atual governo, do PT, Barusco disse que coletava recursos para Duque e inclusive detalhou números de contas na Suíça, no Uruguai e no Canadá, onde o dinheiro teria sido depositado. Parte desse suborno, segundo ele, era distribuído de três formas:
1. Parcelas em dinheiro vivo, em malas.
2. Remessas para contas no Exterior.
3. Doações oficiais ao Partido dos Trabalhadores (PT), recebidas por João Vaccari Neto, que redistribuía como doação oficial ao PT ou a parlamentares ligados à sigla.
DUQUE JÁ ESTEVE PRESO, MAS NÃO FOI DENUNCIADO
Ao contrário do que muita gente imagina, Renato Duque - indicado para o cargo pela cota do PT - ainda não foi denunciado. Ele até esteve preso, entre novembro e dezembro, mas foi solto mediante habeas corpus concedido pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O magistrado não viu indícios de que ele tentaria fuga ou de que tenha mexido no dinheiro que está no Exterior. Já outros dois ex-dirigentes da Petrobras, Paulo Roberto Costa (ligado ao PP) e Nestor Cerveró (ligado ao PMDB) estão presos - Costa em prisão domiciliar, Cerveró na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR). A Justiça justificou as prisões porque considerou que havia risco de fuga e que os dois vinham mexendo em dinheiro desviado da Petrobras, mesmo sabendo da investigação.
Operação Lava-Jato
Núcleo petista da Petrobras deve ser denunciado nesta segunda
Operação completa um ano e deve denunciar Renato Duque, Pedro Barusco e, possivelmente, João Vaccari Neto
Humberto Trezzi / Brasília
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