O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
A eleição de Yamandú Orsi, novo presidente do Uruguai, amplia o número de países da América do Sul comandados por líderes de esquerda. A partir de 2025, serão oito, ante quatro mandatários de direita.
Os de direita são: Javier Milei, na Argentina; Santiago Peña, no Paraguai; Dina Boluarte, no Peru; e Daniel Noboa, no Equador.
Já na ala dos países ligados à esquerda estão: o presidente Lula, no Brasil; Yamandú Orsi, no Uruguai, Gabriel Boric, no Chile; Luis Arce, na Bolívia; Gustavo Petro, na Colômbia; Irfaan Ali, na Guiana; Chan Santokhi, no Suriname; e Nicolás Maduro, na Venezuela.
Para o professor Relações Internacionais da ESPM de São Paulo Roberto Uebel, há um fortalecimento da esquerda na América do Sul e Latina, mas, nas palavras dele, "até a segunda página".
— Tem três tipos de esquerda hoje governando na América Latina: uma esquerda progressista, como no Chile, como no Uruguai agora, o México com a (Claudia) Sheinbaum, que é totalmente diferente do lado dos operadores. Tem uma centro-esquerda mais tradicional, como no Brasil com Lula, na Colômbia com Gustavo Petro. E tem essa esquerda radical autoritária, como na Venezuela, do Maduro, do Ortega na Nicarágua. Então, são esquerdas diferentes — afirmou à coluna.
Conforme Uebel, o fortalecimento dos líderes se concentra na "esquerda mais progressista".
— Uma esquerda mais pés no chão, que olha para as questões sociais, mas não ignora as questões econômicas do século 21, que é justamente a proposta do Yamandú no Uruguai, do Boric no Chile, e da Sheinbaum no México. Acho que a direita talvez esteja entrando num outro ciclo aqui na América Latina, mas a gente não pode ignorar que essa esquerda não é igual em cada país, cada um tem as suas peculiaridades.