Um grupo de 30 militares da reserva do Exército de Santa Maria se reuniu na tarde desta terça-feira, na Praça do Mallet, para comemorar os 51 anos do golpe de 31 de março de 1964.
Os militares de Santa Maria, na região central do RS, se manifestaram contra a proibição da presidente Dilma Rousseff de comemorar o golpe dentro dos quartéis do Brasil, desde 2011. O evento fazia parte do calendário oficial dos militares brasileiros.
- Foi no dia 31 que os brasileiros ficaram livres da ameaça comunista. A comuna terrorista, agora, tomou o poder no país. Este não é um ato político, é um ato patriótico - disse o Coronel de Infantaria e do Estado Maior, Paulo Ricardo Paiva, 67, que está na reserva há 15 anos.
Durante o ato, que teve faixas com frases condenando a corrupção e em favor do impeachment da presidente, os militares simularam uma cerimônia, como acontecia nos quartéis, antes da proibição - com toque de silêncio, hino nacional, toque da vitória e hino do Rio Grande do Sul.
- Tudo de bom que a ditadura trouxe para o Brasil foi apagado por poucos episódios de tortura. O Brasil só cresceu no período da revolução - afirmou o Coronel de Artilharia, Jorge Pantoja, 79, há 31 anos na reserva.
O golpe aconteceu depois que João Goulart, que havia sido eleito presidente, democraticamente, pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), foi deposto e teve de fugir para o Rio Grande do Sul e, em seguida, para o Uruguai. Desta maneira, o Chefe Maior do Exército, o general Humberto Castelo Branco, tornou-se presidente do Brasil.
A 3ª Divisão do Exército de Santa Maria destacou que o ato foi isolado, não teve a participação de militares da ativa e que o exército trabalhou normalmente nesta terça-feira.
- Não tivemos cerimônias internas, trabalhamos no cumprimento da nossa missão, que é a defesa da pátria. Também desconhecemos a orientação da presidente de não haver comemorações nesta data - afirmou o Coronel Almeida Rosa, relações públicas da 3ª DE.