As respostas que a perícia pode trazer à investigação do acidente com o ônibus de turismo paranaense na Serra Dona Francisca, em Joinville, começaram a vir à tona a partir desta terça-feira, quando especialistas do Instituto Geral de Perícias (IGP) analisaram os destroços do veículo no pátio da Polícia Rodoviária Estadual em Campo Alegre.
De imediato, os peritos constataram que o ônibus da empresa Costa & Mar tinha assentos até a numeração 49/50, além de mais duas poltronas para o motorista e o auxiliar. Ou seja, suportava até 52 pessoas. A observação também constatou que os bancos dos passageiros não contavam com cinto de segurança - a legislação, no entanto, diz que é obrigatório cinto em veículos fabricados a partir do ano 1999, mas o ônibus acidentado era do ano de 1988.
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Outra confirmação foi a de que o tacógrafo, uma espécie de disco que registra as velocidades do veículo, deixou de funcionar na véspera da tragédia. Assim, não há dados prontos que apontem a quantos quilômetros por hora estava o ônibus no momento em que saiu da pista.
Antes das observações nos destroços, uma reunião de planejamento foi realizada entre os peritos para levantar teorias de eventuais problemas mecânicos que possam ter provocado o acidente. Desde esta terça, a partir da análise das peças, a intenção do IGP é descartar as hipóteses uma a uma até que alguma delas possa vir a ser confirmada.
Os principais aspectos observados pelos peritos são as rodas, o sistema de freio e o motor. Há interesse, por exemplo de se descobrir se houve superaquecimento dos freios ou alguma falha parecida, seja por problemas mecânicos ou por falha humana.
Com a ajuda de um guincho, rodas do veículo chegaram a ser retiradas e fotografadas.
O trabalho no local se encerrou ainda nesta terça e não houve necessidade de levar componentes mecânicos inteiros para o laboratório. O tempo necessário para o exame das peças ainda é incerto.
O laudo de perícia mecânica é considerado peça-chave pela investigação porque pode confirmar as suspeitas de que houve problema nos freios do veículo antes da queda, conforme dois sobreviventes contaram à polícia. O laudo cadavérico, com base em amostras de sangue do motorista, e que pode apontar se ele sofreu um mal súbito ou se estava sob efeito de alguma substância, ainda não está concluído.
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