No dia de protestos marcados para ocorrer em todo o país, o dólar comercial abriu em alta de 1,84%, chegando a R$ 3,2226 às 11h09min nesta sexta-feira. É a maior taxa desde junho de 2004. Às 12h50min, a moeda americana teve alta ainda mais intensa, e, após alcançar R$ 3,28, recuou para R$ 3,270 (dólar comercial), uma alta de 3,44%. Já o dólar à vista, referência no mercado financeira, foi comercializado a R$ 3,266 no início desta tarde.
Na quinta-feira, a moeda subiu 1,08% e ficou cotada em R$ 3,1615. O mercado acompanha dados dos Estados Unidos à espera da reunião dos conselheiros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), prevista para ocorrer na próxima semana. A instituição discutirá o aumento na taxa de juros, após sinais de recuperação na economia e no mercado de trabalho norte-americanos.
O que muda na vida do brasileiro com o dólar a R$ 3
O que querem os manifestantes que foram às ruas nesta quinta-feira
No Brasil, pesa o quadro político. Há manifestações previstas para esta sexta-feira - a favor do governo Dilma - e domingo - contra o governo. Na quinta-feira, em Porto Alegre, milhares foram às ruas, com diversas pautas, em protestos contra o governo e em defesa da Petrobras.
Os dados divulgados pelo IBGE na última quinta também serviram para reforçar o clima de instabilidade. De acordo com o instituto, a taxa média de desemprego do país no trimestre finalizado em janeiro fechou em 6,8% - superior ao patamar de 6,5% do trimestre encerrado em dezembro.
Além disso, pesou a estimativa divulgada pelo Banco Central de que o preço da energia elétrica deve subir 38,3% neste ano, pressionando ainda mais o já elevado índice de inflação do país.
O dólar já acumula alta de mais de 10% em março. No ano, a valorização ante o real está em quase 19%.