A Polícia Federal prendeu, na tarde desta quinta-feira, o ex-ativista italiano Cesare Battisti para deportação. Ele foi preso na cidade de Embu das Artes (SP) em cumprimento a uma decisão da 20ª Vara da Justiça Federal.
A PF informou que Battisti "permanecerá na Superintendência Regional da Polícia Federal de São Paulo até que sua deportação seja efetivada".
O advogado que defende Battisti, Igor Tomasauskas, chegou a dizer na portaria da PF em São Paulo, por volta das 20h15, que tinha obtido a libertação de seu cliente. Mas, 15 minutos depois, ele se corrigiu e afirmou que foi confundido pelo oficial de Justiça que trouxe o alvará de soltura de outro italiano.
Em 3 de março, uma juíza federal ordenou a deportação do ex-militante italiano, uma decisão que sua defesa anunciou que apelaria.
Relembre o caso
Battisti foi sentenciado à prisão perpétua na Itália por matar quatro pessoas nos anos 1970, crimes dos quais se diz inocente. Em 2004, ele apareceu no Brasil, depois de três décadas fugindo da Justiça.
Trata-se "de um estrangeiro em situação irregular no Brasil e que, por ser um criminoso condenado em seu país por crime doloso, não tem direito a permanecer", avaliou a juíza federal, que determinou sua deportação para o México ou a França, países por onde Battisti passou após fugir da Itália.
Sua extradição para a Itália foi negada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia de seu mandato, em 31 de dezembro de 2010, uma decisão que foi confirmada posteriormente pelo Supremo Tribunal Federal.
Mas a juíza que ordenou sua deportação considerou nulo o trâmite que lhe concedeu a residência permanente em 2011 porque, segundo a legislação brasileira, não se pode dar esta permissão "a um estrangeiro condenado ou processado em outro país por crime doloso".
* AE e AFP