Caricata, a quase ex-presidente da Petrobras Graça Foster virou uma espécie de símbolo do naufrágio da maior e mais tradicional empresa brasileira, mas é preciso que se diga: ela não pode ser o bode expiatório. É provável que a corrupção na Petrobras tenha começado muitos anos antes, mas as investigações da Operação Lava-Jato mostram que cresceu, floresceu e se multiplicou na gestão de Sérgio Gabrielli, no governo do ex-presidente Lula.
Graça não teve habilidade para conduzir a Petrobras na maior crise da sua história e só caiu depois da divulgação do balanço desastroso e das explicações inconsistentes que acompanharam os números.
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Sangrou em praça pública durante meses, apesar de mais de uma vez ter colocado o cargo à disposição de sua amiga, a presidente Dilma Rousseff. Virou motivo de chacota pela aparência desleixada e de críticas consistentes pela omissão. Passou a ser chamada de "desgraça".
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No meio do mar de lama que envolve a Petrobras, já quase ninguém se lembra da figura da mulher que catava latinhas para sobreviver, estudou Engenharia e chegou à presidência de uma das maiores petroleiras do mundo. Graça foi à lona junto com toda a diretoria da Petrobras, ela que havia sido guindada ao cargo para colocar ordem na casa desarrumada pelos homens de confiança de Gabrielli - Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Renato Duque, entre outros personagens da Lava-Jato.
Graça se encrencou porque ignorou alertas sobre os desvios na Petrobras e porque, como Nestor Cerveró, também passou bens para o nome dos filhos quando a investigação avançou. Tornou-se a cara de uma crise que fermentou na gestão de Gabrielli, assim como Dilma está pagando o pato por ações de Lula.
O problema de Dilma é que antes de ser presidente foi ministra das Minas e Energia e comandou o conselho de administração da Petrobras. Seu desafio agora é encontrar pessoas confiáveis para recuperar a imagem da empresa e estancar de vez a roubalheira.
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