A Justiça Federal negou um pedido do Ministério Público Federal para bloquear as contas do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, envolvido nas investigações da Operação Lava-Jato.
Os procuradores fizeram o requerimento sob alegação de que o petista integraria um núcleo de "operadores financeiros que movimentaram em seu nome e lavaram centenas de milhões de reais em detrimento da Petrobrás, no Brasil e no exterior". O juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava-Jato, avaliou que a "constrição, com efeitos mais graves, demanda melhor prova".
O pedido foi feito no dia 17 de dezembro de 2014, nos autos da nona etapa da Operação Lava Jato, chamada My Way, que revelou esquema de corrupção na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobrás. A Procuradoria da República incluiu no requerimento de embargo de ativos outros 10 investigados por desvios na estatal petrolífera.
Tesoureiro do PT é alvo de mandado na Operação Lava-Jato
Citado na Lava-Jato, Vaccari Neto é exonerado do conselho de Itaipu
"São responsáveis solidários pelos danos causados, requer-se que o bloqueio de ativos não tenha limite, sem prejuízo de posterior análise de situações individuais", afirmou o Ministério Público. No entanto, a Justiça Federal considerou a medida "prematura".
Foram incluídos no requerimento, além de Vaccari: Zwi Skornicki, Milton Pascowitch, Shinko Nakandakari, Mario Frederico Mendonça Goes, Atan de Azevedo Barbosa, Cesar Roberto Santos Oliveira, Guilherme Esteves de Jesus, Bernardo Schiller Freiburghaus, Luís Eduardo Campos Barbosa da Silva e Augusto Amorim Costa.
Na mesma oportunidade, o Ministério Público Federal requereu a condução coercitiva de Vaccari, executada na quinta-feira passada. O tesoureiro foi levado pela manhã à sede da PF, em São Paulo, para depor sobre as acusações feitas pelo ex-gerente executivo da Petrobrás Pedro Barusco. O tesoureiro negou recebimento de propinas.
Segundo Barusco, que fez delação premiada e concordou em devolver US$ 100 milhões, Vaccari teria arrecadado, em nome do PT, entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propinas sobre contratos da Petrobrás, entre 2003 e 2013.
Os fatos que marcaram a operação: