Cristiane Bazilio
Há cinco anos, Valmir Dias, 44 anos, e a esposa, Andréia Souza Pinto Cunha, 43, não poupam esforços para dar asas ao sonho do filho, Douglas Souza Dias: ser um esportista olímpico. Aos 12 anos, o pequeno atleta, que começou a lutar aos sete, é faixa preta de taekwondo e vem acumulando medalhas em competições que ultrapassam os limites de Cachoeirinha, onde a família mora, e do próprio Estado. Para custear as viagens do filho, a família recebe auxílio do Fundo Municipal do Desporto e Lazer (Fundesp). Mas, recentemente, ao ingressar com o pedido na prefeitura para receber verba visando a próxima competição, marcada para março, em Minas Gerais, foi solicitado, entre os documentos, uma certidão jurídica criminal. Ao retirar o atestado no Forum, veio o susto: constava que ele foi condenado pela Justiça de Garibaldi, na Serra, em 2006, em um processo criminal.
- Nem sei onde fica Garibaldi, nunca estive lá. O número da carteira de identidade que aparece como minha está errado. É o meu nome, minha filiação, minha data de nascimento. Mas o RG não é o meu. Acredito que tenham me confundido com outra pessoa com mesmo nome - explica o representante comercial.
Ao consultar um advogado particular, foi informado de que teria de arcar com um valor em torno de R$ 4 mil, além dos custos da ida a Garibaldi para tentar solucionar o problema. E ainda foi alertado:
- Ele me disse que eu poderia chegar lá e ser preso se fosse sozinho! Não tenho condições de pagar um advogado, nem de ir até lá. Se não tenho dinheiro nem para a viagem do meu filho, que é justamente o que estou tentando conseguir! - lamenta.