João Marcos Porto Maciel, 74 anos, mais conhecido como dom Marcos de Santa Helena, foi indiciado nesta terça-feira por estupro de vulneráveis - contra dois adolescentes de Caçapava do Sul -, posse irregular de armas (ele tinha o registro de duas espingardas apreendidas no mosteiro onde vivia, mas eles estavam vencidos), curandeirismo e estelionato. O delegado Fabrício De Santis Conceição ainda entregou à Justiça outro inquérito no qual o ex-padre é indiciado por racismo contra um funcionário, negro, de uma madeireira da cidade.
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Dom Marcos chegou a prestar depoimento nesta terça-feira, porém, das 10 perguntas que foram feitas pelo delegado, o ex-padre, suspeito de pedofilia, respondeu a apenas uma, sobre exorcismos.
- Ele confirmou que realizava exorcismos, mas disse que eles tinham efeito porque conseguia tirar o diabo do corpo das pessoas - conta o delegado.
De Santis também pediu à Justiça que a prisão temporária do religioso seja convertida em preventiva e que ele fique detido até que a sentença seja dada.
O "Diário" tentou contato com o advogado de dom Marcos, Rogério Haack, mas ele não foi localizado. Haack não esteve presente no depoimento do religioso que está preso no Presídio Estadual de Caçapava do Sul desde 9 de dezembro.
- Durante as investigações, descobrimos que dom Marcos tinha um contato na Grécia, e podia tentar fugir para lá - conta de Santis.
Dom Marcos de Santa Helena foi excomungado da Igreja Católica por apostasia (afastar-se da fé) em 2009, e expulso da Anglicana em 2011 (de acordo com o seu superior, por "alta traição e atitudes sorrateiras").