Defensor do fim do fator, o senador Paulo Paim (PT-RS) acredita que a fórmula 85/95 melhorará a vida de quem vai se aposentar. O parlamentar propôs uma emenda à MP que altera as regras da Previdência para garantir que o mecanismo seja aprovado o mais breve possível.
Como o senhor avalia a sinalização do ministro da Previdência de que o governo federal pode mudar a fórmula da aposentadoria?
De forma muito positiva. Ele sempre defendeu a fórmula 85/95 para substituir a fator previdenciário, que não resolve mais nada. Hoje as pessoas estão se aposentando jovens, apesar dos prejuízos, e voltam a trabalhar. Isso não é bom para ninguém.
Governo agora apoia fim do fator previdenciário
A fórmula 85/95 resolveria o problema?
Sim. Hoje, uma mulher tem de trabalhar até os 65 anos para ter aposentadoria integral. Com a fórmula, iria até os 55 anos. O homem, que hoje trabalha até os 67, poderia se aposentar aos 60 anos. Tem gente que diz que estamos querendo trocar seis por meia dúzia, mas não tem nada a ver. A diferença será enorme.
Se o governo passa por uma crise, por que decidiu recuar agora e apoiar a 85/95?
O governo está vendo que o fator não correspondeu à expectativa (de desestimular a aposentadoria precoce). Como a pessoa sabe que vai perder mesmo, ela se aposenta cedo e continua trabalhando. Lá na frente, ainda pede a desaposentadoria. É um tiro no pé para o governo.
O governo não estaria apenas tentando tirar o foco sobre a redução dos direitos trabalhistas neste momento?
Não. Essa alteração vai para a mesa de negociação agora. Já propus a emenda. É só aprovar e está resolvido. Eles não têm desculpa.