O ex-gerente de Engenharia e Serviços da Petrobras Pedro Barusco afirmou em sua delação premiada - que culminou na nona fase da Operação Lava-Jato - que cobrou propina sobre contratos da Diretoria de Gás e Energia, na época em que a unidade era dirigida por Graça Foster.
- Quando os contratos envolviam a Diretoria de Gás e Energia, cujo diretor inicialmente era Ildo Sauer e depois Maria das Graças Foster, o percentual de propina variava normalmente entre 1% e 2%, mais próximo de 2% - afirmou Barusco, em depoimento de 21 de novembro.
Barusco afirmou, no entanto, que os dois diretores desconheciam o esquema porque "não havia espaço" para esse tipo de conversa. Ele apontou pelo menos seis contratos da Diretoria de Gás e Energia, onde teriam sido pagas propinas.
Graça Foster deixou a presidência da Petrobras nesta semana, em meio à mais explosiva crise da história da estatal petrolífera, após reunião com a presidente Dilma Rousseff.
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O delator é o pivô da Operação My Way, deflagrada nesta quinta feira, 5. Um dos alvos dessa nova etapa da Operação Lava-Jato é o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que foi conduzido à Polícia Federal para depor sobre as denúncias que o envolvem.
O ex-gerente afirmou que metade do valor das propinas "era do PT", e a outra metade, "para a Casa", ou seja, para ele próprio e para Renato Duque, de quem foi braço direito. Duque foi indicado pelo partido para a Diretoria de Serviços, área estratégica da Petrobras.
Ele foi preso em novembro sob suspeita de receber propinas do cartel de empreiteiras que se teria instalado na Petrobras. Mas o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltá-lo.
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Em seu relato, Pedro Barusco especificou assim a divisão do dinheiro da propina sobre os contratos da Diretoria de Gás e Energia:
"Metade era para o Partido dos Trabalhadores, representado por João Vaccari Neto", um dos 11 operadores que foram alvo das medidas adotadas nessa nova fase da Lava-Jato. Outra metade da propina "era para a 'Casa', representada neste caso apenas por Renato Duque" e por ele mesmo, Barusco.
Ele afirmou saber que Vaccari "operacionalizava os recebimentos (de propinas) em favor do PT". Segundo o delator, "às vezes o pagamento da propina foi integral para o Partido dos Trabalhadores".
Os fatos que marcaram a operação: