A Corregedoria da Polícia Civil pediu a prisão do comissário Nilson Aneli, investigado por envolvimento com o traficante Alexandre Madeira, o Xandi, morto em Tramandaí, no Litoral Norte, no dia 4 de janeiro. As informações são da Rádio Gaúcha.
Aneli era lotado no gabinete do ex-secretário de Segurança do Estado, Airton Michels. O comissário participava de um churrasco na casa do traficante, quando um grupo rival atacou o local. No primeiro momento, Aneli se apresentou à polícia e afirmou que chegou à casa após saber que um sobrinho estava lá e tinha sido baleado.
Mais tarde, foi apurado que ele estava lá no momento do tiroteio e que, inclusive, algumas armas pertenciam a ele. Porém, a corregedoria descobriu que ele trabalhava como segurança do traficante. Em entrevista à Zero Hora e à Rádio Gaúcha, o ex-secretário de segurança afirmou que o comissário confessou fazer segurança do traficante.
Sobrinho de Aneli é réu por roubo
O sobrinho do comissário Nilson Aneli, que seria responsável por convidar o tio para o trabalho de segurança na casa do traficante Xandi, tem antecedentes por roubo a posto bancário, receptação e adulteração de veículo, lesão corporal e ameaça.
Marcelo Mendes Ventimiglia, 31 anos, foi baleado no tiroteio em que foi morto Xandi, em Tramandaí, no dia 4, e segue hospitalizado. Na primeira versão dos fatos, Aneli disse ter sido chamado ao local para socorrer o sobrinho baleado. Depois, surgiu a versão do convite para trabalhar naquele fim de semana.
Ventimiglia teve prisão decretada e deve ser transferido para um presídio quando tiver alta. Em razão das condições pes­soais e de saúde dele, o advogado Procópio de Lima Filho solicitou relaxamento da prisão ou autorização de prisão domiciliar:
- Ele pesa 230 quilos, tem dificuldade de locomoção. Levou dois tiros nas costas que atingiram rim e pulmão, teria que ter uma cama adaptada na prisão.
Em julho de 2013, Ventimiglia se tornou suspeito de assalto a um posto bancário em Balneário Pinhal, no qual um segurança e dois gerentes foram usados como reféns para a fuga.
Em março de 2014, foi preso por isso a pedido da Delegacia de Roubos do Deic. Ganhou liberdade provisória e segue respondendo ao processo criminal.
Ventimiglia trabalhava na produtora de eventos Nível A, cujo um dos proprietário era Xandi. Segundo o advogado, seu cliente atuava como segurança de artistas, por ser "grande, gordo e careca".