Um menino de 8 anos foi submetido a interrogatório pela polícia de Nice, sudeste da França, por ter expressado no colégio sua solidariedade para com os autores dos atentados contra a revista Charlie Hebdo no início de janeiro, em Paris.
Entenda como foi o ataque à revista Charlie Hebdo
Leia todas as notícias sobre o ataque a Charlie Hebdo
Leia as últimas notícias de Zero Hora
O menino se negou a fazer um minuto de silêncio e participar em um ato de homenagem às vítimas do ataque organizado por seu colégio no dia seguinte ao massacre, explicou o comissário Marcel Authier. Segundo um professor, o aluno também falou coisas que evidenciavam sua solidariedade para com os jihadistas.
- No contexto atual, o diretor do colégio resolveu avisar a polícia sobre o ocorrido. Convocamos o menino e seu pai para tentar compreender como uma criança de oito anos pode afirmar coisas tão radicais - afirmou Authier
O menino foi interrogado durante 30 minutos e seu pai foi indiciado por responsabilidade civil.
- Evidentemente, o menino não entende o que disse. Não sabemos de onde ele tirou o que falou - comentou o policial.
A Organização contra a Islamofobia na França denunciou a maneira com que o caso foi tratado.
- O pai e o filho estão profundamente abalados com o tratamento que receberam, o que ilustra a histeria coletiva em que a França está mergulhada desde o início de janeiro - afirmou o grupo em um comunicado.
Atentado matou 12 pessoas
No dia 7 de janeiro, dois homens encapuzados e armados, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, 32 e 34 anos, entraram na redação do Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas. Depois de dois dias em fuga, eles foram mortos na sexta-feira, durante ataque de forças de elite francesas a uma gráfica em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, onde estavam.
Em outro atentado, na quinta-feira, uma agente da polícia municipal foi morta, no sul de Paris, tendo a polícia estabelecido ligação com os dois jihadistas autores do atentado ao Charlie Hebdo. Na sexta-feira, no fim da manhã, cinco pessoas foram mortas em um supermercado kosher (judaico), no leste de Paris, durante uma tomada de reféns, incluindo o autor do sequestro, que foi morto na operação policial.
*AFP