Após mais de uma semana de espera, a presidente Dilma Rousseff conseguiu conversar por telefone com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, na manhã desta sexta. Foi mais uma tentativa do governo brasileiro de interceder pela condenação à pena de morte de Marco Archer Cardoso Moreira, 53 anos, preso em 2004, após ser pego com mais de 13 kg de cocaína escondidos em tubos de asa-delta.
O pedido de clemência, no entanto, não foi considerado por Widodo, que manteve a condenação, com fuzilamento previsto para a meia-noite de domingo, horário da capital Jacarta, o que corresponde às 15h de sábado no Brasil.
Conforme informou a nota divulgada pelo Planalto, Dilma ressaltou ao presidente da Indonésia que respeita a soberania do país e seu sistema judiciário, "mas como chefe de Estado e como mãe, fazia esse apelo por razões eminentemente humanitárias". No telefonema, o governo também pediu clemência por Rodrigo Muxfeldt Gularte, paranaense também preso por tráfico de cocaína no país.
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Segundo o Planalto, o presidente Widodo teria dito compreender a preocupação de Dilma, mas ressaltado que, no caso de Moreira, não poderia reverter a sentença porque todos os processos foram seguidos conforme a lei da Indonésia.
De acordo com o que informou o assessoria especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, a presidente discordou de Widodo. Ela teria dito que "não houve sensibilidade por parte do governo da Indonésia para o pedido de clemência do governo brasileiro". Conforme o assessor, o governo brasileiro esgotou todas as possibilidades existentes de reverter esse cenário e que a atitude tomada pelo país asiático "cria uma mancha, uma sombra, na relação bilateral".
Garcia mencionou que nos últimos 10 anos, entre as medidas tomadas, houve o envio de duas cartas pelo ex-presidente Lula, durante seus dois mandatos, e quatro pela presidenta Dilma Rousseff. Além disso, o governo brasileiro também solicitou que o Papa Francisco intercedesse no caso pela clemência do brasileiro.
Leia a nota na íntegra:
Pena de morte
Indonésia nega pedido de Dilma e mantém execução de brasileiro
Presidente Joko Widodo considerou que processos foram conduzidos seguindo a legislação do país
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