Ao receber o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto destacou o aprimoramento do diálogo do governo com movimentos sociais e entidades como caminho para materializar a agenda da presidente Dilma Rousseff no segundo mandato e avançar no combate à desigualdade.
Quadro tradicional do PT gaúcho, Rossetto recebeu o cargo do ex-ministro Gilberto Carvalho na tarde desta sexta-feira, em cerimônia concorrida no salão nobre do Planalto. Representantes de movimentos sociais, outros ministros, deputados e prefeitos lotaram o espaço no palácio. Muito aplaudido, Carvalho afirmou que deixaria alguns "abacaxis" para o sucessor. Também provocou os tucanos na sua despedida.
- Para aqueles que disseram que ganhamos (a eleição) como quadrilha, quero dizer que essa é a nossa quadrilha, porque para eles, pobre é uma quadrilha. Essa é a nossa quadrilha, a dos pobres - disse.
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Já Rossetto reforçou temas abordados por Dilma em seu pronunciamentos durante a posse presidencial, como a intensão de assegurar os direitos já conquistados pelos trabalhadores. Ele também defendeu as realizações dos 12 anos de governos petistas, como a reeducação da pobreza extrema e a inclusão de mais brasileiros na vida política do país.
- Foi o nosso governo que acabou com a fome de milhões de brasileiros - disse.
O ministro saudou a responsabilidade por assessorar diretamente Dilma e por participar do núcleo político do governo, prometendo "lealdade absoluta" à presidente. Uma das agendas tratadas por Rossetto, na qual ele terá papel importante nas conversas com movimentos e entidades empresariais, é a reforma política.
- Avançar na democracia política significa avançar e realizar uma grande, democrática e definitiva reforma política - afirmou.
Sociólogo, sindicalista e um dos fundadores do PT, Rossetto é um dos nomes que recebe maior confiança da presidente, com quem trabalhou no Rio Grande do Sul. No governo de Olívio Dutra (1999-2002), ele era vice-governador, enquanto Dilma foi secretária.
Em Brasília, os dois atuaram juntos nas gestões de Lula, quando ambos foram ministros, ele à frente do Desenvolvimento Agrário. Após passagem pela presidência da Petrobras Biocomustível, o gaúcho retornou ao primeiro escalão do governo federal em 2014, outra vez no Desenvolvimento Agrário.
Rossetto teve papel importante na campanha que reelegeu Dilma. Foi escalado para um dos postos de coordenador da campanha petista no momento em que Marina Silva despontava nas pesquisas. Ele foi um dos defensores da estratégia de enfrentamento que venceu a ambientalista e, no segundo turno, Aécio Neves.
A relação próxima com Dilma assegurou a troca de ministério no segundo mandato da petista. Agora, Rossetto passa a despachar do Planalto, tendo contato direto com a presidente.