Passada uma semana do acidente envolvendo um avião Hércules C-130 durante um pouso na Antártica, a Força Aérea Brasileira (FAB) avalia os danos e a melhor maneira de resgatar a aeronave. Sem registro de feridos, o acidente ocorreu em 27 de novembro na base área Presidente Eduardo Frei Montalva, mantida pelo Chile na Ilha Rei George, no arquipélago das Shetland do Sul, na área peninsular do continente gelado.
O Hércules teria tido um problema no trem de pouso, informação não confirmada pela FAB. Em virtude da falha, a aeronave bateu na pista e deslizou. Trem de pouso, parte do motor e uma hélice teriam quebrado. Cerca de 40 pessoas, entre militares e civis, estavam a bordo do avião, que cumpria uma missão do Programa Antártico Brasileiro (Proantar).
Os brasileiros foram socorridos por militares chilenos, que fecharam a pista. Os pousos e decolagens só foram retomados no começo da semana, após a remoção do avião e reparos no aeródromo.
Sem condições de deixar a ilha, a comitiva brasileira seguiu de navio até Punta Arenas, no extremo-sul do Chile. Já a aeronave segue na base chilena, onde são avaliadas as avarias e as melhores formas de retirá-la do local. Não há prazo para o retorno ao Brasil. A FAB informa que apura as causas do acidente.
Não é o primeiro registro de problemas com aviões brasileiros. O Hércules C-130 é o modelo usado pelo país para levar e buscar militares, pesquisadores, equipamentos e mantimentos, dentro da Operação Antártica, que assegura a presença nacional na região - o Brasil possui uma estação na Ilha Rei George, a Comandante Ferraz, destruída por um incêndio em 2012 e substituída por módulos emergenciais.
Em março, pesquisadores ficaram cerca de uma semana retidos na mesma base aérea chilena em virtude das severas condições climáticas e de uma pane em um dos quatro motores do Hércules.