Os investigados na Operação Precatórios II do Ministério Público Estadual falsificavam atestados médicos e outros documentos para obter preferência no pagamento dos créditos. Com isso, os processos fraudados não entravam na extensa fila de credores, onde há precatórios aguardando pagamento há 30 anos. O pagamento das chamadas preferências está bem mais adiantado. Fazem parte dessa lista credores com necessidades especiais, doenças graves e idosos.
A servidora do Tribunal de Justiça que passava informações privilegiadas para os denunciados na primeira fase da operação, também passou dados sigilosos para os investigados na segunda etapa. Ela foi exonerada assim que o esquema foi descoberto, em 2013. A fraude desta vez supera os R$ 9 milhões, segundo o Ministério Público.
Na primeira fase da operação, cinco dos 12 denunciados eram advogados e bacharéis em Direito. Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Estado afirma que pediu novamente informações ao Ministério Público Estadual sobre a investigação para verificar eventuais procedimentos a serem adotados.
O esquema funcionava da seguinte forma: os investigados fraudavam seções de precatórios e vendiam esses créditos para terceiros, que não sabiam que estavam comprando precatórios inexistentes. Alguns precatórios eram efetivamente sacados, outros não. Mesmo assim, quem comprava para revender tinha prejuízo.