De repente, dois guris, estudantes do Centro de Educação Profissional São João Calábria, entraram correndo em uma loja na Estrada Aracaju, Bairro Vila Nova, na Zona Sul de Porto Alegre. Diante da comerciante apavorada com a correria, foram logo fechando a porta e a grade.
- Tia, estão roubando os meus colegas ali - disse um deles, assustado.
Era o final da tarde de sexta-feira passada, e estudantes saíam do colégio em direção à Avenida Vicente Monteggia. Dois homens a pé teriam abordado um grupo de alunos e, com armas apontadas contra suas cabeças, roubaram seus celulares. Uma viatura da Brigada Militar estava parada diante da escola, mas em um lugar impossível de observar o crime.
É que, desde o começo da semana passada, a direção da escola, que atende 800 alunos carentes - a maioria, adolescentes da Zona Sul -, havia pedido mais policiamento nos arredores. Em pouco mais de uma semana, pelo menos cinco assaltos teriam acontecido.
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O estilo é sempre o mesmo. Dois homens armados se aproximam em dois carros diferentes - um vermelho e um prata - e roubam os celulares dos jovens. Quando os ataques são a pé, geralmente há um carro esperando pelo bandido para a fuga. Para se livrar dos criminosos, só correndo, como fez um estudante de Informática, de 15 anos.
- Eu desço do ônibus e já subo até a escola apressado. Se sinto alguma coisa suspeita, corro - diz.
Aflitos, muitos pais já pensam em tirar os filhos do São João Calábria para não serem as próximas vítimas.
- É uma pena, porque em boa parte dos casos, essa oportunidade é a única na vida desses jovens - afirma a coordenadora de cursos Roseli Demartini.
Segundo ela, a direção está em constante contato com a Brigada Militar. A orientação é que os alunos não saiam sozinhos ou antes do horário. Em grupos, a perspectiva é de que o risco de assaltos diminua.
Os ataques a pedestres não se restringem aos estudantes. Também na semana passada, uma idosa moradora da região foi derrubada por bandidos, que lhe arrancaram a bolsa.
Assaltos na Zona Sul
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