* A pesquisa não foi realizada em 2010, pois foi ano de Censo Demográfico
O salário da população do Rio Grande do Sul cresceu, em média, 17,8% na comparação entre 2012 e 2013, alcançando R$ 1.831 mensais. O índice de elevação foi o maior registrado na série histórica desde 2001, levando em conta pessoas com 10 anos ou mais. Em contrapartida, a desigualdade no país subiu 0,002 ponto percentual no mesmo período, chegando a 0,498 segundo o Índice de Gini, que mede a concentração de renda.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013, divulgada na manhã desta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento conta com informações anuais sobre características da população brasileira, tendo como unidade de coleta os domicílios.
Embora o rendimento médio mensal das mulheres tenha aumentado 16,4% no Estado, chegando a R$ 1.513, o salário dos homens ainda cresce mais: na relação entre 2012 e 2013, a elevação foi de 19,4%, com a média de R$ 2.082 por mês.
* A pesquisa não foi realizada em 2010, pois foi ano de Censo Demográfico
Se analisarmos toda a série histórica, ou seja, os últimos 13 anos, o salário dos gaúchos registrou crescimento de 193,4%, passando de R$ 624 mensais em 2001, para R$ 1831 em 2013.
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No Brasil, o crescimento salarial foi menor: 11,5% na comparação de 2012 com 2013, chegando a R$ 1.676. Os homens conquistaram um aumento médio de 11,3% e as mulheres 12,6%. Nos últimos 13 anos, o rendimento médio mensal da população brasileira aumentou 181,6%, passando de R$ 595 em 2001, para R$ 1.676 em 2013.
* A pesquisa não foi realizada em 2010, pois foi ano de Censo Demográfico
Desigualdade cresce no país após década de diminuição
O Índice de Gini, que mede a concentração de renda no Brasil, registrou uma queda de 0,002 ponto percentual, passando de 0,496 em 2012, para 0,498 em 2013. Nos últimos dez anos, o levantamento do IBGE indicava, anualmente, diminuição neste número. Embora a variação seja pequena, o índice voltou ao patamar de 2011, quando estava em 0,499. Para o instituto, o quadro é de estagnação.
- Não afirmaria que há uma melhora ou uma piora na concentração de renda. Diria que a gente está na mesma condição de 2011 - afirmou Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad.
Desde 2002, quando estava em 0,561, o Índice de Gini vinha recuando, tanto pelo rendimento do trabalho quanto por todas as formas de renda, mas o processo parou a partir de 2012. Pelo rendimento de todas as fontes, o índice ficou em 0,505, ante 0,504 em 2012 e 0,505 em 2011.
Segundo a economista Sônia Rocha, pesquisadora do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), a queda na desigualdade de renda vem de antes, de 1996 e 1997, e ocorreu sob condições macroeconômicas "bem diversas", alternando crises e baixo crescimento com períodos de mais dinamismo da atividade econômica.
Agora, o esgotamento do crescimento econômico desde 2011 torna mais difícil seguir distribuindo renda. Para piorar, as razões desse esgotamento - questões estruturais, como baixa qualificação da mão-de-obra, infraestrutura deficiente, burocracia, má regulação, custo fiscal, coisas difíceis de resolver rapidamente - atingem em cheio a distribuição da renda.
- O baixo crescimento atual não deixa espaço para dinamismo no mercado de trabalho, que também parou. Fica infinitamente mais difícil dar continuidade às melhorias distributivas sem crescimento e com o salário mínimo tendo atingido o nível atual, após uma forte valorização real nos últimos 15 anos - explicou Sônia.
A Região Nordeste apresentou o maior nível de desigualdade, com Índice de Gini de 0,523. O Piauí (0,566) foi o destaque negativo, com a maior taxa do Brasil. O menor grau de concentração de renda foi encontrado na Região Sul (0,457), em que Santa Catarina registrou o menor índice do país (0,436).
* Zero Hora, com agências