Vão tirar a Patrícia Poeta do lado do William Bonner. É uma pena, porque a gente se acostuma com os apresentadores como se fossem da família. Eu sou dos que dão boa noite, com entonação, para os apresentadores do Jornal Nacional.
Patrícia vai assumir outro projeto na Globo. Aguentou três anos. Dizem que apresentar jornal cansa muito e gasta a imagem. O apresentador é desafiado a dar uma notícia engraçadinha sobre a gravidez da princesa Kate e, logo depois, mostrar mais um jornalista degolado pelo Estado Islâmico.
Uma bancada de jornal só não cansa a Sandra e o Evaristo. É bom, depois do almoço, tomar um cafezinho com a dupla do Jornal Hoje. Você tem um leão pra matar, depois das duas da tarde. Mas antes tem a Sandra e o Evaristo.
Estes, sim, formam uma dupla. São divertidos, trabalham brincando e fazem trocadilhos ao vivo. Quanto mais babaca for o trocadilho, mais engraçado fica.
Gosto de duplas em que os dois parecem ter nascido juntos. Duplas nos passam a sensação de que nunca brigam, que convergem a respeito de qualquer assunto e que não competem entre si. Tudo engano. Duplas se envolvem em disputas cruéis.
Uma dupla não dura 10 anos. Quando dura, se mantém em nome da preservação de interesses comuns, o que é legítimo. Roberto e Erasmo fizeram dupla por uns 15 anos. Um dia saberemos o que cada um fez? Há quem diga que as melhores letras são de Erasmo. Detalhes seria dele.
Mas você entra no site de Roberto Carlos e há lá um espaço para perguntas. Ele já esclareceu que sorvete é a sobremesa preferida, que não está namorando a baiana Luciana Sobreira e que Detalhes e Eu te Amo Tanto são suas músicas preferidas.
Se Detalhes fosse mesmo de Erasmo, Roberto não diria isso. Ou diria? Eu já cheguei a imaginar o dia em que, cansado de ser o coadjuvante da história, Erasmo convocaria uma entrevista coletiva e diria: eu sou o autor de quase tudo o que Roberto cantou nos anos 70.
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Há quem, na mesma linha, veja Erasmo como o verdadeiro poeta da dupla, e Roberto como o compositor de coisas mais óbvias, como Amigo, Jesus Cristo e tantas outras que vieram depois da extinção da dupla para comprovar que sua imaginação é mais ortodoxa.
Mas aí alguém pode perguntar: e por que Erasmo não continuou compondo coisas belas quando ficou sozinho? Porque Erasmo foi o mais abalado pelo fim da dupla.
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William Bonner é o Roberto Carlos do Jornal Nacional. Faz dupla com quem quiser, porque ele é o cara. Deve ser dureza apresentar o jornal ao lado do moço, porque o tempo vai passando e ele não perde o jeito de guri.
Eu vi Bonner num momento ruim para todos, há um ano e meio, no ginásio de esportes de Santa Maria onde acontecia o velório coletivo de vítimas da tragédia na boate Kiss. É carismático demais, é o sobrinho que todo tio gostaria de ter.
Que faça uma boa dupla com Renata Vasconcellos, que vai deixar a dupla com Tadeu Schmidt no Fantástico e será substituída por Poliana Abritta.
Só espero que não mexam com a Sandra e o Evaristo. Era só o que faltava.