Ambientalistas de diversas gerações reuniram-se, na manhã deste sábado, na Feira de Agricultores Ecologistas da Redenção para homenagear Augusto Carneiro, o fundador da Agapan, primeira ong ambientalista do Brasil. Falecido na última segunda-feira em Porto Alegre, Carneiro será lembrado em missa de Sétimo Dia na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, no bairro Menino Deus, às 19h deste domingo, 13.
Morre, aos 91 anos, o ambientalista gaúcho Augusto Carneiro
A partir do idealismo e convicção de Carneiro, amigos e militantes listaram os marcos da trajetória do ambientalista, como a participação das discussões que levaram à criação da Lei dos Agrotóxicos, ações de protesto contra a poluição da fábrica Borregaard, a suspensão das podas na Capital e o envio de cartas denunciando problemas ambientais do Brasil para entidades internacionais.
Nos últimos anos, dos assuntos que mais interessavam o militante no final de sua vida, estava a questão do lixo e as árvores da cidade.
- Ele andava chateado com a aniquilação do verde, chegava a computar as baixas com indignação - diz Miriam Low, integrante da Agapan.
Para a defensora dos direitos dos animais Eliane Lima, Carneiro merece destaque por ter sido pioneiro no movimento que sempre vivenciou, junto com José Lutzenberger.
- Ele era uma pessoa de ação, que nunca ficou apenas na teoria. Se manteve lúcido e divulgador da sua causa, apesar da idade.
Conhecido pela distribuição de panfletos e materiais informativos aos sábados pela manhã no Parque da Redenção, durante a feira de alimentos orgânicos, Carneiro deixou muitos amigos. Entre eles, Lívia Zimmermann, filha de um casal de amigos ecologistas dos tempos em que era naturista. Lívia relembra que, junto com os pais Hilda e Juarez Zimmermann, participava dos encontros do grupo nas praias de Itapuã.
- Quando viram esses locais estavam começando a ficar degradados, o Lutz alertou que não teríamos mais onde praticar o naturismo. Foi aí que passaram a falar sobre a importância de preservar os ambientais naturais - recorda.