A Brigada Militar não vai alterar sua linha de atuação na greve dos rodoviários em Porto Alegre, mesmo após decisão da Justiça sobre a retirada dos piquetes das portas das garagens das empresas de ônibus. Na sexta-feira (07), a Justiça do Trabalho deferiu liminar solicitada pelo Sindicato das Empresas de Ônibus. A Secretaria da Segurança entende que a decisão judicial se refere apenas à postura dos rodoviários, quando diz que os "piquetes devem ser retirados, em um prazo de 48 horas".
A Secretaria de Segurança também observa que decisão da Justiça diz que caso decisão judicial não seja cumprida e "se necessário for", poderá ser "determinada a utilização de força policial, para assegurar o direito das empresas" e "o respeito à ordem jurídica". Com isso, a secretaria interpreta que a atuação só deve ocorrer se houver determinação judicial.
Há uma semana, o secretário da Segurança, Airton Michels, já havia dito à Rádio Gaúcha que a utilização da força policial seria "contraproducente, ilegal e ineficiente" num momento em que o que se discute não é um crime, e sim a disputa trabalhista entre rodoviários e empresas.
Rodoviários grevistas prometem liberar saídas dos ônibus das garagens na segunda-feira
A decisão da Justiça que determinou o fim dos piquetes em frente às garagens de ônibus de Porto Alegre fez com que grevistas se reunissem durante toda a manhã deste sábado (08) para elaborar novas estratégias para a manutenção da paralisação dos rodoviários. Agora, o comando do movimento garante que as mobilizações em frente às empresas de ônibus serão mantidas. No entanto, não haverá bloqueios de saídas de coletivos como vinha ocorrendo.
De acordo com o delegado sindical do comando de greve Luis Afonso Martins, a orientação é de que os grevistas façam agora o convencimento dos demais colegas através de conversa.
"A orientação é essa. Claro que em 14 garagens é difícil ter uma unidade. Mas, o que passamos é para que os grevistas conversem a trabalhem com o convencimento dos colegas para que se juntem a nossa luta."