Eles são bonitos, mas perigosos. Os fogos de artifício anunciam a chegada do Ano-Novo com um espetáculo de luzes, mas podem causar queimaduras graves se não forem usados corretamente - e, em casos mais extremos, levam à morte.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), uma em cada 10 pessoas que se acidentam em virtude do uso de fogos acaba tendo membros amputados, especialmente dedos. Além das mutilações, as explosões causadas por seu manuseio incorreto podem provocar também lesões de córnea, perda de visão, danos no tímpano e surdez. As principais vítimas são homens com idade entre 15 e 50 anos, e crianças de quatro a 14 anos.
Levantamento feito no Sistema DataSUS do Ministério da Saúde mostra que, nos últimos 15 anos, foram cerca de 8,5 mil internações e mais de 120 mortes no país em decorrência de queimaduras causadas por fogos de artifício - sendo duas delas no Estado: em Caxias do Sul, em agosto de 1998, e em Gravataí, em fevereiro de 2003. Do total de mortes registradas, mais de 20% das vítimas eram crianças entre zero e 14 anos. Somente entre janeiro de 2008 e outubro de 2013, foram 39 mortes e 2.757 internações no Brasil para tratamento de queimaduras causadas pelo manuseio incorreto desses artefatos, sendo 55 delas no Rio Grande do Sul.
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O principal motivo da alta incidência de queimaduras e outras lesões provocadas por fogos de artifício, de acordo com a Sbcm, são a imprudência e a falta de informação. Por isso, nesse Réveillon, fique atento às dicas de segurança para garantir uma virada de ano sem sobressaltos.
Dicas para uma noite de festa
Gosta de pirotecnia? Aqui vão precauções
- Prefira as queimas de fogos públicas, que são realizadas por profissionais. Além de proporcionarem um belo espetáculo, são mais seguras.
- Compre fogos de artifício somente em lojas especializadas e credenciadas. Os clandestinos não trazem orientações do fabricante na embalagem, geralmente não são testados e são vendidos de forma avulsa.
- Escolha sempre os fogos menos explosivos e de fácil manuseio, e confira o certificado de garantia.
- Sigas as dicas do fabricante e peça orientações de como proceder no momento da compra.
- Nunca deixe as crianças soltarem os fogos.
- Nunca faça experiências, modifique ou tente fazer seus próprios fogos de artifício.
- Evite segurá-los com as mãos. Compre artefatos que venham com a base para encaixar no suporte dos fogos de artifício, para que seja possível colocar no chão.
- Se os fogos falharem, não tente reaproveitá-los.
- Tenha sempre um recipiente de água por perto para colocar os foguetes já usados, ou aqueles que falharam, para não haver riscos de novas explosões.
- Em caso de show pirotécnico, contrate um profissional especializado.
- Bebida alcóolica não combina com fogo. Nunca manuseie os artefatos sob efeito de álcool.
- Evite guardá-los em casa: é como possuir uma bomba prestes a explodir. Se você decidir mesmo assim mantê-los para uso futuro, deixe-os em um local seco e longe de fogões, isqueiros e do acesso a fumantes.
Fique ligado!
30 a 50 metros: Esta é a distância segura (de pessoas, edificações e carros) para explodir os fogos com segurança. Dispare os fogos somente ao ar livre, um de cada vez, e veja se não há substâncias inflamáveis ou redes elétricas nas proximidades.
Primeiros-socorros
Queimaduras no rosto, nas mãos e nos pés são coisa séria e devem receber atenção médica imediata
- Interrompa o efeito do calor utilizando água fria corrente. Não use água gelada.
- Cubra a área queimada com gazes molhadas em soro fisiológico ou com um pano limpo e úmido. Mantenha o curativo molhado usando recipientes de soro ou água limpa até levar a vítima ao hospital.
- Nunca perfure as bolhas de qualquer queimadura.
- Nunca use em queimaduras itens como creme dental, pó de café, clara de ovo, manteiga, óleo de cozinha, banha ou folhas de trigo.
- Se suas roupas pegarem fogo, deite-se e role no chão até o fogo apagar, ou utilize um cobertor ou pano grosso para abafar o fogo. Não corra.
- Em caso de acidentes mais graves, os bombeiros podem ser acionados pelo telefone 193.
Fontes: Instituto Pró-Queimados, Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão, Sociedade Brasileira de Queimaduras, Ministério da Saúde, Comando do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar do Rio Grande do Sul e Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio.