No ano passado, 3.004 pessoas morreram no Rio Grande do Sul por afogamento, acidente de trânsito, incêndio, envenenamento ou queda - o que representa quase 4% do total de óbitos no Estado em 2012.
O mais grave é que essas milhares de mortes poderiam ter sido evitadas se algum tipo de prevenção fosse providenciado - uso de boia ou colete salva-vidas, cinto de segurança ou acondicionamento adequado de veneno, por exemplo.
Carta da editora: "Pelo fim da cultura da irresponsabilidade"
Com o objetivo de mudar essa cultura da irresponsabilidade, o Grupo RBS lançou, em parceria com o Ministério Público Estadual (MPE), a campanha Uma Vida Vale Muito, que vai até março. Na ação, reportagens abordarão formas de evitar acidentes por meio da prevenção. O verão foi a época escolhida por ser mais propícia a acidentes, principalmente no mar, em rios, lagoas e estradas.
Ação nasceu tendo como pano de fundo a tragédia da Kiss
O procurador-geral de Justiça do Estado, Eduardo de Lima Veiga, ilustrou o tema com uma história ocorrida em 1992, quando estudava na Inglaterra. Com colegas de várias nacionalidades, ele foi jantar na casa de um professor. O grupo chegou em um carro guiado por um árabe. Ao final, o jovem árabe, que havia consumido vinho, levantou da mesa para se despedir e fez menção de voltar dirigindo.
O professor disse que pediria um táxi para levar os alunos. Dada a insistência do rapaz, o professor anunciou que chamaria a polícia se ele não entregasse a chave, porque "não tinha o direito de deixá-lo sair e pôr a sua vida e a dos colegas em risco".
- Há decisões que podem determinar um final feliz ou um final trágico. A gente espera que a campanha faça com que os exemplos de situações tratados nas reportagens ajudem a evitar acidentes - salientou Veiga.
A campanha nasceu tendo como pano de fundo a tragédia da boate Kiss, ocorrida em janeiro. O incêndio, que tomou conta do local e levou à morte 242 pessoas, poderia não ter acontecido se as devidas medidas de segurança tivessem sido tomadas. Mas a abordagem da campanha vai além desse caso.
- Tem um nível individual que é impossível fiscalizar. Aí, as pessoas têm de adotar uma cultura individual. Por exemplo: colocar cadeirinha no carro para as crianças. Mas a campanha vai até o outro lado, que é o da ganância. Como o que ocorreu na Kiss, em que se economizou nos fogos lançados dentro da boate, no forro do estabelecimento e na colocação de barras de segurança inadequadas - afirmou Marcelo Rech, diretor de Jornalismo do Grupo RBS.
Pela valorização da vida
Grupo RBS e MP promovem campanha contra a cultura da irresponsabilidade
Mais de 3 mil pessoas morreram no RS por afogamento, acidente de trânsito, incêndio, envenenamento ou queda em 2012
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