O consórcio formado pelas empresas Iccila-Planus venceu a licitação de construção de uma nova aldeia indígena nas margens da BR-386, em Estrela, no Vale do Taquari, obra que deve liberar os últimos dois quilômetros a serem duplicados na rodovia. A decisão foi homologada e publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União.
Com orçamento de R$ 8,54 milhões, as empresas serão responsáveis pela elaboração do projeto e pela construção de 29 casas indígenas, de uma casa de fala (centro de reuniões para promover a cultura indígena), de uma escola caingangue e de uma casa de artesanato. Ela terá dois anos para realizar os serviços. O terreno já foi comprado e fica nos fundos da atual aldeia.
Esta foi a segunda tentativa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de contratar uma empresa para a obra. Na primeira, a vencedora foi rejeitada pelo valor elevado - de R$ 10,68 milhões.
A obra é essencial para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) libere o trecho de dois quilômetros, impossibilitado de ser duplicado, pois os índios moram atualmente próximos da pista.
De acordo com o engenheiro responsável pelas obras de duplicação, Hiratan Pinheiro da Silva, o Dnit ainda precisa assinar o contrato com consórcio, o que deve ocorrer até o fina do mês, para depois se reunir com a Funai e ganhar o aval ou não.
Com o início dos trabalhos, o Dnit acredita que a duplicação da BR-386, que compreende 33,8 quilômetros entre Tabaí e Estrela, estará pronta até maio de 2014. O trecho entre Fazenda Vilanova e Tabaí, de cerca de 20 quilômetros, deve ser liberado em janeiro, pois foi o primeiro a receber obras.
Eleita como uma das obras prioritárias pelos gaúchos, a duplicação começou em novembro de 2010. A previsão inicial era de que estivesse concluída até o final deste ano, mas a demora na retirada das famílias indígenas adiou a conclusão. Atualmente, a estimativa é de a obra está cerca de 65% concluída. O investimento na duplicação é de R$ 183,79 milhões.
Projetos para o RS
Definido consórcio que vai projetar e construir aldeia que deve destravar duplicação da BR-386
Obras não iniciaram em dois quilômetros por causa de índios que moram na beira da rodovia
Vanessa Kannenberg / Uruguaiana
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