Preços nos quiosques do litoral |. Infographics
O veranista que pretende passar as férias ou as festas de fim de ano nas praias do Litoral Norte deve preparar o bolso. O SuperRepórter deste sábado (30) percorreu o calçadão e as areias de Capão da Canoa, Atlântida e Torres e constatou o aumento no preço dos produtos consumidos à beira-mar - como a violinha, a batata-frita e a caipirinha.
O SuperRepórter passou por cinco quiosques em cada praia pra conferir os preços dos produtos. Em Capão da Canoa, há 47 quiosques móveis que ficam nas areias da praia e 30 quiosques fixos no calçadão, correspondendo a 18 km de extensão. Em Torres, há 70 quiosques móveis presentes nas areias da praia e 15 quiosques no calçadão. Já em Atlântida, há mais de 20 quiosques espalhados nas areais e no calçadão.
Ao percorrer o calçadão de Capão da Canoa, próximo à imagem de Iemanjá, o SuperRepórter já encontra os primeiros vendedores ambulantes que saem do Nordeste para vender castanhas de caju nas areias do Litoral Norte gaúcho. Antônio Carlos afirma que a animação e a criatividade são os principais ingredientes na hora da venda. E usa a cantoria como estratégia.
"Quando cheguei aqui me falaram que os gaúchos eram brabos e sequer falavam com os vendedores, mas tudo isso é mentira do pessoal que mora no Rio e em São Paulo, a gauchada é animada. Pra cada cliente eu faço um preço, tudo depende do papo. Em média, vendo um pacote de castanhas por R$ 25, no verão passado eu vendia por R$ 20. Tive que aumentar. Tudo aumentou neste país, até o chinelo que eu estou usando. O chinelo é o meu deslocamento, a minha gasolina, vida de trabalhador é assim", sorri Antônio Carlos.
Ao entrar no primeiro quiosque no calçadão de Capão da Canoa, já é possível constatar o aumento nos preços. A violinha, que custava R$ 15 no verão passado, agora é vendida por R$ 20. A caipirinha, que custava R$ 10, foi reajustada para R$ 15. Já a batatinha frita, que estava em R$ 13, agora é vendida por R$ 17. Ou seja, se o veranista for a Capão da Canoa e tomar duas caipirinhas e comer uma violinha deve levar no mínimo R$ 45 para praia. Dono de um quiosque, Alisson Silva explica os motivos do aumento nos preços.
"Tudo aumentou. A caipirinha teve este aumento no preço por um motivo simples, subiu o preço do limão, da vodka e até mesmo da cachaça. Subiu o preço dos pescados também nos mercados. Até a batata na feira teve reajuste no preço. Ou eu aumento ou não terei lucro, e nesta época do ano eu seguro o resto dos meses", explica o dono do quiosque Pikachu, em Capão da Canoa.
Mas não é só comida e a bebida que os veranistas querem. Nas areias, artigos de moda e brinquedos também estarão em alta neste verão. A vendedora Paula Costa já começa a lucrar próximo ao mar de Torres.
"As crianças querem bóias personalizadas, e as mães querem cangas. Além disso, eu vendo muitos chinelos temáticos nesta época", afirma a vendedora.
E o que leva estes vendedores para os calçadões das praias do Litoral Norte? Conforme a vendedora Clara Silva, a falta de oportunidades no mercado de trabalho formal. "Depois dos 40 anos é muito complicado conseguir emprego em qualquer área do mercado, por isso prefiro vender na beira do mar mesmo", lamenta a vendedora ambulante.
E se o veranista tiver hora marcada pra pegar a Freeway novamente, encontra até relógio no calçadão de Atlântida com o vendedor Juliano. "Por incrível que pareça, os veranistas compram relógio aqui em Capão da Canoa, mesmo que seja um período de férias", comemora.
Confira o áudio da reportagem deste sábado