O super-herói mais viking do mundo Marvel está de volta às telas. Em Thor - O Mundo Sombrio (2013), o Deus do Trovão precisa salvar o universo de um vilão tão ancestral quanto as estrelas, contando com a inusitada ajuda de seu irmão e arqui-inimigo Loki. No entanto, nem batendo o martelo poderoso ou sacudindo a cabeleira loira o protagonista consegue disfarçar a falta de personalidade desta nova aventura.
A história do filme que estreia nesta sexta-feira desenrola-se depois de Os Vingadores (2012). Loki (Tom Hiddleston) está preso em Asgard, enquanto Thor (Chris Hemsworth) termina as últimas batalhas de pacificação dos Nove Reinos. Às vésperas de o rei Odin (Anthony Hopkins) nomear seu filho preferido como sucessor do trono, um temível vilão ressurge dos umbrais do tempo. Malekith (Christopher Eccleston), rei dos elfos negros - raça que foi subjugada há 5 mil anos pelo avô de Thor e que se acreditava destruída -, volta querendo vingança.
Enquanto isso, a astrofísica Jane Foster (Natalie Portman) espera pelo retorno à Terra do amado Thor. A cientista e seus amigos acabam descobrindo em Londres um portal que liga o planeta a diversos pontos dos Nove Reinos. A mortal reencontra seu deus nórdico - mas, quando Malekith e suas hordas destroem Asgard, Thor precisa dar um tempo no romance e até convocar o traíra Loki como aliado.
A direção é de Alan Taylor, de Game of Thrones. Porém, sua intimidade com intrigas palacianas em ambientes medievalistas não salva o roteiro das inconsistências e de personagens sem carisma - como o antagonista Malekith, que carece de relevo mesmo no 3D. Nesse sentido, Thor (2011) foi mais bem-sucedido ao dar tintas hamletianas à briga pela coroa e abrir espaço para Hiddleston construir seu ardiloso Loki - apesar de passar muito tempo no xilindró, a ovelha negra da família real também brilha no novo filme.
Em meio a batalhas que destroem a capital britânica, Thor - O Mundo Sombrio acha tempo ainda para o humor. Mas o lado cômico da produção também deixa a desejar - e, definitivamente, o grande ator sueco Stellan Skarsgård não merecia correr pelado entre as pedras de Stonehenge na pele do amalucado cientista Erik Selvig.
*O repórter viajou a convite da Disney/Marvel