Não assiste Breaking Bad e não sabe ao certo se vai curtir? Aí estão listados 10 motivos que podem fazê-lo embarcar na série (mesmo que ela já esteja no final):
>> Fórmula de sucesso: com milhões de fãs, Breaking Bad chega ao fim
Personagens mutantes
O próprio nome Breaking Bad faz referência a transformação de Walter White, um afável, genial, mas fracassado professor de química, no gênio do crime Heisenberg. Mas ele não é o único. Em cinco anos, o espectador observa o alívio cômico Jesse Pinkman se transformar na reserva moral da história, bem como a devota matriarca Skyler White atingir um nível absurdo de frieza. Breaking Bad é a prova de que podemos continuar amando personagens que evoluam ao longo da trama.
Não há "embromation"
Cada episódio de Breaking Bad leva a história adiante. Parece idiota apontar isso como um mérito, mas não é. Quase todo seriado de sucesso entra em looping a fim de possibilitar inúmeras temporadas ao canal realizador. Aqui, sabemos que a trama vai para frente sem olhar o retrovisor. Isso torna cada episódio indispensável.
Ninguém fica impune
Se em um determinado momento um personagem matou, demitiu, espancou outro qualquer, pode anotar que essa conta será cobrada. O resultado é diferente dos seriados que contam com a memória curta do espectador para esconder a falta de verossimilhança. Nos episódios finais quinta temporada, por exemplo, fatos aparentemente esquecidos da primeira e da segunda temporada vieram à tona de modo brilhante.
Pela narrativa
Cada episódio de Breaking Bad começa com um teaser (uma cena do passado, do presente ou do futuro...) e a história que segue se conecta a ele de formas, às vezes, completamente inesperadas. O formato é viciante. A curiosidade de saber o que raios significava um ursinho rosa boiando na piscina, por exemplo, movimentou toda uma temporada.
Pelo surrealismo
Os irmãos Coen - de Fargo e Onde os Fracos não tem Vez - costumam dizer que os melhores filmes de terror não são os de monstros e espíritos, mas os de pessoas normais em situações em que nunca se imaginaram. Aqui, a regra não poderia ser melhor aplicada. Breaking Bad coleciona cenas memoráveis que beiram o surrealismo, envolvendo corpos, banheiras de porcelana, jabutis, cabeças, enfim...
Pelos bordões
"I am the one who knocks!", "Better call Saul", "Yeah bitch!"... A coleção é longa e inexplicável para quem ainda não assiste. Para quem curte, são senhas para fazer parte de uma confraria de fãs xiitas.
Pelos vilões
Talvez o maior deles seja justamente Heisenberg, mas ele encontrou antagonistas de peso ao longo de Breaking Bad: o volátil Tuco, o leão de chácara Mike, os sinistros gêmeos mexicanos, a violenta gangue do Tio Jack e o calculista Gus Fring (o melhor deles) compõem uma galeria caricata, mas são personagens tão bem construídos que é possível simpatizar com eles. Para se ter uma ideia, o um deles foi indicado ao Emmy interpretando um personagem paralisado, que só tocava uma campainha com o dedo.
Para entender a nova TV
Muito tem se falado disso (este texto é ótimo<HTTP: nvb2bn3 tinyurl.com>), mas Breaking Bad é o ápice de um movimento que levou as boas histórias para a TV e deixou o cinema para as grandes franquias em 3D. Há milhares de causas, da evolução das programação on demand à crise de originalidade em Hollywood. De qualquer forma, trata-se de um marco no entretenimento.
Pela grife Vince Gilligan
O criador de Breaking Bad, Vince Gilligan, é o mesmo de Arquivo X, um fenômeno de características completamente diferentes, mas igualmente significativo para a televisão na década de 90. Trata-se de um produtor que não entra em campo se não for para mudar o esporte. Sua próxima empreitada é uma série de detetives na CBS. A conferir.
Porque termina
É peculiar, mas talvez o maior mérito de Breaking Bad é ter estabelecido um ponto final para a série alguns anos à frente e caminhar com convicção até ele. Resistir à tentação de encher linguiça para manter altas audiências - vide Lost, Dexter e outros tantos seriados... - era o passo que faltava para a TV alcançar o cinema em termos de narrativa. Breaking Bad tem começo, meio e fim, como toda grande história. O que é ótimo, embora vá deixar saudade.