A força-tarefa montada pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) após série de reportagens da Rádio Gaúcha e RBSTV sobre supostas irregularidades na extração de areia no Rio Jacuí anunciou, nesta tarde, os primeiros resultados. Entre as medidas anunciadas está a revisão completa de todas as licenças de operação para mineradoras que atuam no Rio Jacuí.
Também será implementado um sistema informatizado que possibilitará aos órgãos de controle (Ministério Público, Polícia Civil, Brigada Militar, Polícia Federal, Fepam e Sema) a fiscalização integrada da mineração. O atual sistema de monitoramento das dragas por GPS será qualificado, possibilitando assim uma maior precisão no rastreamento das embarcações, inclusive com a possibilidade de desativar as dragas quando os equipamentos desrespeitarem o limite de 50 metros de distância da margem. Ainda foi anunciada a exigência de realização de batimetria pelas empresas a cada seis meses, a fim de verificar a condição do fundo do rio onde é realizada a extração.
A força-tarefa realizará inspeções semanais nos locais de extração de areia. "Contaremos com o apoio de barcos e aeronaves para verificar de perto como as empresas estarão atuando", prometeu o secretário de Meio Ambiente, Néio Lúcio Fraga.
A Justiça Federal proibiu, no dia 15 de maio, a extração de areia no Rio Jacuí e, assim, as empresas que respondem por 95% das jazidas estão impedidas de trabalhar, provocando reflexos na construção civil da região metropolitana, onde o insumo está em falta e provoca paralisação de obras.
As medidas anunciadas hoje serão detalhadas à Justiça Federal na próxima sexta-feira. "Temos a expectativa de reverter a decisão judicial e mostrar que essas medidas podem ampliar a fiscalização e proteger o meio-ambiente", afirmou o secretário da Casa Civil, Carlos Pestana.