Sucesso nos cinemas no final da década de 1980 com Dustin Hoffman e Tom Cruise, o filme Rain Man foi adaptado para o teatro em uma montagem brasileira que estará em cartaz nesta sexta (28/6) e sábado (29/6), às 21h, no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre, e no domingo (30/6), às 16h30min, no Teatro Feevale, em Novo Hamburgo.
Escrita por Dan Gordon, com tradução de Miguel Paiva, a versão tem direção de José Wilker. Na trama, Charlie Babbitt (Rafael Infante) é um vendedor de automóveis egocêntrico e materialista de Los Angeles que descobre que seu pai deixou toda a fortuna para o filho mais velho, Raymond (Marcelo Serrado). Para tentar garantir sua parte da herança, Charlie decide procurar o irmão, que é autista e passou boa parte da vida internado em uma instituição. Eles embarcam em uma viagem por Las Vegas que se revela transformadora para ambos. Com talento ímpar para a matemática, por exemplo, Raymond ajuda o irmão a ganhar nos jogos. E ambos estabelecem uma relação afetiva, da qual também faz parte a namorada de Charlie (Fernanda Paes Leme). Na peça, a história foi atualizada para o ano de 2008 - elementos como aparelhos celulares estão em cena.
- O texto é atemporal. O filme foi produzido em outra década (1988), mas, quando se fala de afeto, carinho e transformação, estamos tratando de qualquer época - afirma Rafael Infante, que também atua na série de internet Porta dos Fundos.
Durante a produção do espetáculo, o diretor pediu ao elenco para não rever o filme para não ser influenciado. Infante acredita que há um elemento que pode acrescentar verossimilhança à peça:
- O Marcelo (Serrado) e eu temos semelhança física. Para construir o personagem, não busquei uma referência específica, deixei o texto me conduzir. Tinha como base minha bagagem como ator.
Depois da sessão de sábado, haverá um debate da série Encontros Vivo EnCena com o tema Teatro e Transformação, em que será discutido o relacionamento com pessoas com autismo. Participarão os atores Marcelo Serrado, Fernanda Paes Leme, Rafael Infante, Roberto Lobo e Sara Freitas, além de um representante da Associação Brasileira de Terapia Familiar (Abratef). A mediação será de Expedito Araujo, pesquisador em gestão cultural e curador do Vivo EnCena.
