Na próxima quinta-feira, transcorre o Dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro, um santo de grande proximidade com os dramas humanos.
Na paróquia de Santo Antônio, no Partenon, é impressionante, haverá missas das 7h às 20h, de hora em hora, serão 14 missas em um só dia, 13 de junho, dois dias antes do meu aniversário.
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Além disso, haverá nesse dia três grandes procissões, sendo a última, pela noite, luminosa, da qual participam sempre de 70 mil a 80 mil pessoas.
Nesse dia de festa e gala espiritual, serão distribuídos gratuitamente entre os fiéis cerca de 250 mil pães, aqueles pãezinhos gostosos e tradicionais não sei por quem fabricados mas que são abençoados por Santo Antônio.
São 250 mil pães, parecem multiplicados como Cristo os multiplicou na passagem bíblica.
Quando era rapazote, eu aproveitava e ficava com uns três ou quatro pãezinhos da paróquia e juntava a eles manteiga e salame italiano, que eu levava de casa num farnel, que por sinal ainda guardo, embora amarfanhado.
E devorava meus quatro sanduíches acompanhando a procissão pelas ruas do bairro Partenon, onde me criei.
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O pároco da Igreja de Santo Antônio, frei Luiz Sebastião Turra, não cabe em si de alegria com a aproximação dos festejos.
A tradicional paróquia da Rua Luiz de Camões, com essa festa, acho até que bate a festa que deveria ser a mais popular, a de São Jorge, por sinal, também no bairro Partenon.
Por sinal, fui sacristão na Capela Sagrado Coração de Jesus, no Partenon, Rua Guedes da Luz, que foi extinta e deu lugar à Igreja de São Jorge, até hoje situada na Avenida Bento Gonçalves, esquina da Aparício Borges.
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Ali ao lado da Igreja de São Jorge, vivi durante uns 10 anos as festas com tendas de jogos e de alimentos, com música de alto-falante, festas estas que formaram algumas das minhas melhores alegrias de toda a vida.
As músicas eram precedidas de dedicatórias pelo locutor da festa. Exemplo: "Alô, alô, um rapaz de calça bege e camisa marrom, uma senhorita de saia azul plissada lhe dedica por Nélson Gonçalves a música Pensando em ti.
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Foi pela minha educação católica que passei a acreditar em Deus e ser devoto da Virgem Maria.
Depois de adulto, desenvolvi raciocínios teológicos, mas a base foi sempre minha educação.
Um pensamento teológico que me atrai muito é o de que "se Deus não existisse, tudo seria permitido". Esse pensamento comprova que Deus, Cristo ou qualquer religião são freios à conduta humana, isto é, pautam nossas ações, que devem ser dirigidas para o bem e jamais devem roçar o caminho do mal.
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Voltando aos 250 mil pãezinhos que serão distribuídos na Paróquia de Santo Antônio no dia 13 de junho, fico a cismar de quantos padeiros serão utilizados para fazer tanto pão. Nem em toda a cidade de Porto Alegre se comerá no consumo comum e diário, todo reunido, tanto pão como nessa procissão.
Os pães, por sinal, são filhos legítimos dos trigos, dizia o meu poeta Augusto dos Anjos.