Diferentemente de Somos Tão Jovens, cinebiografia de Renato Russo que dividiu opiniões, a adaptação de Faroeste Caboclo em longa-metragem tem maior chance de agradar aos fãs da Legião Urbana.
E não por respeitar, mas por tornar muito mais coesa a tão famosa saga de João de Santo Cristo em comparação à composição de Renato.
Apresentado em sessão exclusiva à imprensa na manhã desta terça-feira, em Brasília, Faroeste Caboclo ignora boa parte da letra que tantos adolescentes se orgulham de saber de cor e salteado. Ao fazê-lo, dispensa boa parte dos seus cenários, personagens e reviravoltas.
Esqueça as "menininhas da cidade", por exemplo, pois quase nada da infância e adolescência do protagonista é mostrada. Após breves minutos no Cerrado, a ação pula para a guerra do tráfico entre a Brasília dominada pelo playboy Jeremias em oposição à Ceilândia do antiherói João e seu primo Pablo.
O resultado é uma trama simples e lógica, mas lá estarão elementos como a Winchester 22, a Rockonha e outros tantos que compõem o grande barato de caçar as referências na tela.
Se o Faroeste Caboclo do diretor René Sampaio decepcionar alguns fãs, é justamente por desencanar da grandiloqüência e da fidelidade extrema ao material original. Merece elogios, porém, pelo capricho nos planos, diálogos e atuações, sempre condizentes ao gênero dos westerns.
A transição de histórica música de acampamento para um bom filme de mocinho e bandido, que era o mais importante, é feita com suavidade e competência.
O filme estreia em circuito nacional em 30 de maio.