Se você teve um bom desempenho durante a graduação e tem vontade de estudar em outros países, você pode ser um ótimo candidato a concorrer à bolsas de estudo no Exterior.
A primeira dica, segundo Nádya Silveira, diretora-presente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), é fazer uma boa pesquisa na internet. Os sites da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) oferecem opções de financiamento de estudos de brasileiros em outros países.
- A oferta é muito grande hoje em dia - afirma Silveira.
É possível, segundo a diretora-presidente, fazer uma parte do curso no Exterior ou o curso completo. Os interessados, explica Silveira, precisam preencher os pré-requisitos e concorrer com outros estudantes.
- Dependendo das áreas, tem muita gente concorrendo. As com maior demanda são a da saúde, as engenharias e as ciências exatas e da terra - afirma a diretora-presidente da Fapergs.
Para concorrer, ela adianta, é preciso ter obtido bom desempenho no curso de graduação.
- Quem quer fazer curso no Exterior precisa começar a pensar nisso desde o início da universidade, tem que ser um bom aluno e ter tido notas boas, porque vai concorrer com candidatos do Brasil todo depois. Já tem de iniciar a faculdade estudando muito, isso vai contar para solicitar uma bolsa - explica.
O esforço valerá a pena, de acordo com ela, já que, ao realizar uma pós-graduação no Exterior, adquire-se muito mais do que novos conhecimentos. O estudante vive uma cultura diferente, que facilitará sua adaptação em novos locais de trabalho no futuro, além de amadurecer pessoalmente, o que o ajudará a ter facilidade de comunicação.
- No final das contas, qualquer experiência de estudo no Exterior será benéfica para ele, não apenas no âmbito profissional - afirma Silveira.
Três anos de economia para estudar em Portugal
Desde o início da faculdade, no ano 2000, o objetivo de Eliane Carla Kraemer era ter um título de mestre aos 30 anos. O objetivo vai ser cumprido.Eliane, que fez 30 anos em fevereiro, defenderá sua dissertação no mestrado em Ciências do Desporto - Avaliação e Prescrição da Atividade Física em setembro, em Portugal.
Ela trabalha em uma academia, além de atuar com reabilitação cardíaca, pulmonar e metabólica, e decidiu encarar o mestrado na Europa (que teve dois anos de aulas presenciais antes da defesa da dissertação) após fazer as contas e concluir que, mesmo com passagem, hospedagem e mensalidade do mestrado português, o valor seria o mesmo ou até menor do que o desembolsado para cursar um no Brasil.
- Outro motivo é que não desperdicei a oportunidade de ter um título europeu no currículo. O ensino português tem uma grande exigência, o que me atrai muito: somos cobrados desde o horário de chegada na sala de aula até os trabalhos de alto nível das disciplinas. Além disso, conheci uma cultura diferente, pessoas de outras etnias e visitei países próximos à Portugal - afirma a professora de educação física.
Como Eliane não tem bolsa de estudos para cursar o mestrado, ela diz que passou os últimos três anos economizando o máximo possível para poder bancar os custos de estudar em Portugal, mas que o esforço compensou.
- Eu recomendo a todas as pessoas que tiverem oportunidade e condições de realizar um curso stricto sensu ou lato sensu no Exterior que o façam. Mas uma dica importante: muitos cursos no Exterior não são reconhecidos no Brasil, então, tem de ficar atento à isso - aconselha.
Ciência sem Fronteiras
O programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal, que está ligado ao CNPQ, oferece oportunidades de pós-graduação no Exterior. Segundo o site do programa, até 2015 serão oferecidas as seguintes modalidades de bolsa de pós-graduação: doutorado sanduíche (24,6 mil bolsas), doutorado pleno (9.790 bolsas) e pós-doutorado (11.560 bolsas). Para saber mais, acesse www.cienciasemfronteiras.gov.br
Fique ligado
> Uma outra dica, segundo Nádya Silveira, da Fapergs, é pesquisar nos sites dos consulados representações diplomáticas que também podem conceder bolsas para realizar pós-graduação fora do Brasil.
> De acordo com o Geocapes, em 2011, a maioria das bolsas distribuídas pela Capes foram para cursos da área de Ciências Agrárias, seguidas de Ciências de Saúde e Ciências Humanas.
Consulte os sites
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior