Alerta necessário: se você ainda não assistiu à primeira temporada de Homeland, um dos seriados mais premiados dos últimos anos, é bom não ir adiante neste texto. O assunto é a segunda temporada, no ar desde domingo passado nos EUA e com estreia marcada no Brasil para o próximo dia 21, no canal FX, às 23h.
E para falar dela, algumas revelações do que já ocorreu na trama se impõem, o que pode aliviar a enorme tensão com que se acompanha o eletrizante jogo de gata e rato no tabuleiro de um tema urgente do mundo contemporâneo: a ameaça terrorista.
Adaptação da série israelense Hatufilm, Homeland preservou desta muito pouco além do argumento. Durante os primeiros 12 episódios, a agente da CIA Carrie Mathison (Claire Danes) tenta provar que o sargento mariner Nicholas Brody (Damian Lewis), tratado como herói de guerra pelo governo americano e pela população, é, na verdade, um integrante da Al-Qaeda que planeja um atentado em solo americano. Mas a obsessão em desmascarar o sujeito, que posa de patriota e pai de família exemplar, faz Carrie arruinar sua vida. Bipolar e dependente de remédios, ela não suporta a pressão psicológica e acaba internada em um sanatório.
E Carrie estava certa. Brody esteve a um passo de levar adiante um espetacular atentado que eliminaria boa parte do primeiro escalão do poder dos EUA. E o fato de ter pensado duas vezes e não ter apertado o botão destaca um dos grandes méritos de Homeland: sublinhar a complexidade que circunda este tema delicado e que envolve questões de ordem política, moral e religiosa.
Apesar de ter nos créditos dois dos principais roteiristas do seriado 24 Horas e de Carrie ser vista, para muitos, como uma Jack Bauer de saias, o tom de Homeland é outro: mais tensão do que ação, além de assumir uma postura mais crítica à política intervencionista dos EUA.
Os papéis arquetípicos de mocinho e vilão se embaralham. E muito dessa veracidade se deve ao espetacular desempenho de Claire Danes e Damian Lewis. Ela ganhou o Globo de Ouro, na cerimônia que reconheceu Homeland como melhor série dramática de 2011. Ele conquistou, semanas atrás, o troféu de melhor ator no Emmy, que repetiu os prêmios de atriz a Claire, de melhor série dramática e outros quatro.
O primeiro capítulo desta segunda temporada mostra que o duelo entre Carrie e Brody se dará nos corredores Capitólio, em Washington. A popularidade fez dele um congressista que acaba de ser convidado para concorrer a vice-presidente dos EUA. Carrie, expulsa da CIA, saiu do sanatório para trabalhar como professora, morando com o pai e a irmã. Mas seus ex-chefes recorrem a ela diante de um momento de grande tensão mundial.
Israel acaba de bombardear instalações nucleares do Irã. Chega o alerta de um atentado aos EUA a caminho. Carrie vai ao Líbano contatar uma fonte, enquanto Brody é acionado por ser mentor para colocar em curso o plano de retaliação clamado pelo mundo árabe. Qualquer semelhança com o mundo real não é mera coincidência.
Carrie em campanha
"Homeland" leva a ameaça terrorista para o núcleo do poder dos EUA
Segunda temporada da série que foi a grande vencedora do Emmy estreia no Brasil no dia 21 de outubro
Marcelo Perrone
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