O entardecer desta quarta-feira marcou o fim do Yom Kipur - o dia mais importante e sagrado do calendário hebraico. Durante 25 horas de celebração, é costume rezar, jejuar e pedir perdão a Deus por promessas não cumpridas. A data encerra um período de 10 dias de reflexões e arrependimentos a partir de Rosh Hashaná, o Ano-Novo judaico. A ideia por trás de não comer é a de se abster da matéria e elevar-se espiritualmente. A quebra do jejum se dá, em geral, com um jantar festivo em família, do mesmo modo como os judeus saudaram a chegada do ano 5773, na semana passada. Conhecido como Dia do Perdão, o Yom Kipur é uma data de "não fazer".
Conforme o professor de Cultura Judaica do Colégio Israelita de Porto Alegre Ilton Gitz, trata-se de um período de reflexão individual, que deve se estender para ações coletivas:
- É um dia de rever a posição perante a vida, de repensar atos e pedir perdão às pessoas e a Deus. Mas o perdão só é válido se tu não repetires o que fizeste. É o fechamento de um ciclo em que fazemos o balanço das atitudes que tomamos durante o ano e desejamos que o próximo seja bom e saudável para quem está a nossa volta.
Na simbologia judaica, Deus fixa o destino do ser humano nesta data e rubrica o Livro da Vida. A reza é uma forma de pedir pela salvação. Para o presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul (Firs), Jarbas Milititsky, o Yom Kipur é um momento de olhar a própria vida.
- O livre arbítrio do homem tomando a decisão consciente de olhar para dentro de si mesmo e de fazer as correções necessárias completa o sentido espiritual desse dia - afirma ele.
Líder religioso da Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência (Sibra), Guershon Kwasniewski conta que o Yom Kipur reúne diversas gerações em orações pela paz.